Neste Novembro Azul, o mês dedicado à saúde masculina, o foco se volta à conscientização sobre o câncer de próstata, o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens. No país, a estimativa é que sejam registrados 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano de 2023 a 2025. Embora frequente, a doença ainda é cercada por tabus que dificultam a prevenção e o diagnóstico precoce. Dentre eles, há desafios específicos quando quem sofre de câncer de próstata são homens idosos.

Continua depois da publicidade

Além de alertar para os sinais e sintomas, Yohana Eugenia González Pares, integrante do time Nonno — startup que desde 2019 atua com o serviço de cuidado —, destaca que: “a família e os cuidadores têm papel crucial na identificação precoce de possíveis problemas, é importante manter uma rotina de cuidados que inclui exames regulares, hábitos saudáveis”. 

Siga as notícias do Hora no Google Notícias

Clique e participe do canal do Hora no WhatsApp

Continua depois da publicidade

O que é a próstata?

A próstata é uma glândula masculina. Está localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, e envolve a parte superior da uretra, que é o canal por onde passa a urina. Embora a próstata não seja responsável pela ereção ou pelo orgasmo, sua função principal é produzir um líquido que compõe parte do sêmen.

Este líquido ajuda a nutrir e proteger os espermatozoides. Em homens jovens, a próstata tem aproximadamente o tamanho de uma ameixa, mas tende a aumentar de tamanho com o avançar da idade.

O que é câncer de próstata?

O câncer de próstata é um tumor que afeta a próstata, uma glândula situada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que conecta a bexiga ao orifício externo do pênis. Esse tipo de câncer é o mais comum entre os homens, depois do câncer de pele. Apesar de ser uma doença comum, muitos homens evitam discutir sobre o câncer de próstata devido ao medo ou à falta de conhecimento sobre o assunto.

Continua depois da publicidade

INFOGRÁFICO: O câncer mais comum entre os homens é na próstata

Como identificar sintomas precoces do câncer de próstata

A identificação de sintomas precoces é crucial para tratamento, principalmente quando o homem for idoso. Nesse sentido, é preciso atentar-se a:

  • Dificuldades para urinar, aumento da frequência urinária, dor ou ardência ao urinar, e presença de sangue na urina;
  • Alterações na função sexual, como disfunção erétil ou dor durante a atividade sexual;
  • Dores persistentes na região lombar, pelve, costas ou nádegas;
  • Perda de peso inexplicável, fadiga, fraqueza ou febre.

Sobre esses pontos, Yohana Eugenia González Pares reforça: “É importante lembrar que esses sintomas podem ser causados por outras condições menos graves, mas é sempre prudente consultar um médico para uma avaliação adequada. A detecção precoce pode fazer uma grande diferença no tratamento e na qualidade de vida do idoso”.

Continua depois da publicidade

Cuidados específicos na saúde da próstata de idosos

Além do exame de toque retal e de Antígeno Prostático Específico (PSA), os idosos devem adotar alguns cuidados adicionais para manter a saúde da próstata:

  • Beber bastante água: Ajuda a manter o trato urinário limpo e a reduzir o risco de infecções;
  • Consumir uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e peixes ricos em ômega-3: Contribui para a saúde geral da próstata;
  • Manter uma rotina de exercícios físicos: Melhora a circulação sanguínea e a saúde geral, beneficiando a próstata;
  • Reduzir o consumo de álcool, evitar o tabagismo e manter um peso saudável: São essenciais para a saúde da próstata;
  • Consultas regulares com um urologista: Monitorar a saúde da próstata e detectar qualquer problema precocemente;
  • Manter uma boa higiene íntima: Prevenção de infecções urinárias;

Pares destaque que, além desses pontos, é importante que os idosos conversem e compartilhem suas preocupações com profissional de saúde mental: “Esse cuidado extra pode ajudar lidar com o estresse e a ansiedade relacionados à saúde da próstata”, complementa.

Continua depois da publicidade

O que muda no tratamento de câncer de próstata em idosos

Há diferenças no tratamento desse quando leva-se em consideração a idade do paciente. Com homens idosos, as comorbidades e outras condições de saúdes ligadas à idade acrescentam mudanças significativas no tratamento do câncer de próstata. Conforme indicação de Yohana Eugenia González Pares, do Nonno — empresa de cuidado de idosos —, são elas:

  • Para idosos com uma expectativa de vida limitada devido a outras condições médicas, o foco pode ser mais na qualidade de vida do que na cura. Tratamentos agressivos podem ser evitados para prevenir efeitos colaterais que possam prejudicar o bem-estar;
  • Algumas doenças como problemas cardíacos, diabetes e insuficiência renal podem influenciar a escolha do tratamento. Por exemplo, certos medicamentos usados na hormonioterapia ou quimioterapia podem não ser adequados para pacientes com essas condições;
  • Em alguns casos, o monitoramento ativo (também conhecido como “vigilância ativa” ou “expectativa vigilante”) pode ser uma opção viável. Isso envolve realizar exames regulares para acompanhar o progresso do câncer sem iniciar tratamentos imediatos;
  • Para idosos, opções menos invasivas, como radioterapia externa ou hormonioterapia, podem ser preferíveis em relação à cirurgia, que pode ter um período de recuperação mais prolongado e riscos maiores.

Porém, como cada paciente é único, Peres reforma que: “a decisão sobre o tratamento deve ser baseada em uma avaliação personalizada que considere a saúde geral, comorbidades, preferências pessoais e expectativa de vida”.

Continua depois da publicidade

Além disso, o tratamento pode envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo oncologistas, cardiologistas, endocrinologistas e outros especialistas, para garantir que todas as condições de saúde do paciente sejam consideradas.

Para Yohana Peres “essas abordagens ajudam a garantir que o tratamento do câncer de próstata em idosos seja adaptado às necessidades específicas de cada paciente, visando tanto a eficácia terapêutica quanto a qualidade de vida”, complementa.

A resistência de idosos em relação ao exame de próstata

Para reduzir o medo ou a resistência dos idosos em relação ao exame de próstata, o cuidador, a família ou uma equipe de saúde podem adotar várias estratégias empáticas e informativas, como:

Continua depois da publicidade

  • Explicar o procedimento de maneira simples e direta, enfatizando a importância do exame para a saúde do paciente. Usar uma linguagem que tranquilize, ao invés de causar apreensão;
  • Demonstrar empatia e ouvir atentamente as preocupações do paciente. Validar seus sentimentos e oferecer suporte emocional;
  • Fornecer informações detalhadas sobre o exame, como ele é realizado e seus benefícios. Isso ajuda a diminuir o medo do desconhecido;
  • Criar um ambiente acolhedor e seguro no consultório, onde o paciente se sinta à vontade. A presença de familiares e técnicas de relaxamento podem ser úteis;
  • Disponibilizar o apoio de um psicólogo ou conselheiro para ajudar o paciente a lidar com o medo e a ansiedade relacionados ao exame;
  • Compartilhar histórias de outros pacientes que tiveram experiências positivas com o exame podem ajudar a diminuir a resistência;
  • Oferecer flexibilidade no agendamento do exame para que o paciente se sinta mais no controle da situação;
  • Fornecer acompanhamento após o exame para discutir os resultados e os próximos passos, ajudando a manter a confiança do paciente na equipe de saúde.

O papel do cuidador na detecção precoce do câncer de próstata em idosos

Presente na rotina do idoso, tanto o cuidador quanto o enfermeiro podem desempenhar um papel crucial na manutenção da saúde do paciente. Incluindo a detecção precoce de doenças como o câncer de próstata. Nesse processo, Yohana Peres destaca as seguintes atribuições:

  • Informam aos idosos sobre a importância de exames de saúde regulares, incluindo o exame de PSA (antígeno prostático específico) e o exame digital retal, essenciais para a detecção precoce do câncer de próstata;
  • Observam e registram qualquer sintoma que possa indicar problemas de saúde, como dificuldade para urinar, presença de sangue na urina ou dor durante a ejaculação, que podem ser sinais de câncer de próstata;
  • Oferecem suporte emocional e encaminham aos idosos para especialistas quando necessário, garantindo que recebam o tratamento adequado rapidamente;
  • Incentivam hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, que podem ajudar na prevenção de diversas doenças, incluindo o câncer de próstata;
  • Trabalham em conjunto com outros profissionais de saúde para assegurar que os idosos recebam cuidados abrangentes e personalizados.

Continua depois da publicidade

Fatores de risco para o câncer de próstata

Há diversos fatores de risco para o câncer de próstata que ajudam a identicar os indivíduos que precisem de monitoramento mais rigoroso ou intervenções preventivas. São eles:

  • O risco de câncer de próstata aumenta significativamente com a idade, sendo mais comum em homens com mais de 65 anos;
  • Homens que têm parentes de primeiro grau (pai, irmão) diagnosticados com câncer de próstata têm um risco maior de desenvolver a doença;
  • Homens afrodescendentes apresentam um risco mais elevado de câncer de próstata em comparação com outras raças;
  • Mutações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2 podem aumentar o risco de câncer de próstata.
  • Dietas ricas em carne vermelha e laticínios com alto teor de gordura estão associadas a um risco ligeiramente maior de desenvolver câncer de próstata;
  • A obesidade pode estar relacionada a um risco maior de câncer de próstata agressivo.

Leia também

INFOGRÁFICO: O câncer mais comum entre os homens é na próstata

Novembro Azul: Câncer de próstata soma 1,7 mil pacientes e é o mais comum em SC

8 mitos e verdades sobre o câncer de próstata

Destaques do NSC Total