Santa Catarina lançou, em Florianópolis, o Programa de Fortalecimento Aquícola e Pesqueiro, que será desenvolvido pela Epagri em parceria com a Secretaria Executiva da Aquicultura e Pesca (SAQ). Com investimento superior a R$4,7 milhões, o programa marca a ampliação da Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola (Ataepa) e das pesquisas em pesca, que colocam Santa Catarina na vanguarda científica do setor, segundo o governo catarinense.

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O presidente da Epagri, Dirceu Leite, reforçou o papel estratégico da empresa no novo ciclo de desenvolvimento da aquicultura e pesca catarinense.

— Por meio desse programa, vamos levar conhecimento e tecnologia para ajudar o pescador artesanal e o aquicultor a ampliar a renda da família, mas também mostrar que o Estado é um grande produtor. Santa Catarina tem potencial para dobrar sua produção aquícola e ampliar de forma expressiva a maricultura, e esses investimentos são o primeiro passo para transformar esse potencial em realidade — diz ele.

Investimentos no programa ultrapassam R$4,7 milhões (Foto: Leo Munhoz, Secom/GOVSC)

No lançamento, na última semana, também foram entregues 14 kits de despesca (processo de retirada dos peixes ou outros organismos aquáticos dos tanques ou viveiros no momento da colheita), cada um no valor de R$ 59.541,00, e 18 tratores, avaliados em R$ 196.250 cada, para apoiar a pesca artesanal em diferentes regiões.

Como o programa vai funcionar?

O programa está estruturado em três eixos: ampliação do quadro técnico, modernização da infraestrutura e capacitação contínua das equipes.

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De acordo com o governo catarinense, a execução do programa reforça o papel da Epagri como instituição central na produção de conhecimento, inovação e apoio direto aos pescadores e aquicultores. Só em 2026, a empresa deve contratar 33 novos profissionais: 29 extensionistas, dois pesquisadores e dois assistentes de pesquisa para ampliar a presença técnica no território catarinense.

Os investimentos incluem ainda quatro escritórios contêineres para uso municipal (R$1 milhão), 18 veículos novos (R$ 2 milhões), equipamentos eletrônicos (R$ 457 mil) e embarcações com motor e carreta para apoio à maricultura.

Também será destinado R$1,64 milhão para modernizar duas unidades de pesquisa da Epagri: o Cedap, em Florianópolis, e o Cepit, em Itajaí.

Com o reforço dos investimentos, a Epagri amplia também a atuação em pesquisa e inovação. Na aquicultura marinha, os trabalhos avançam no controle sanitário de moluscos, desenvolvimento de novas espécies, análises ambientais e sistemas de cultivo. Já na aquicultura continental, os pesquisadores investem no melhoramento genético da tilápia, na criação de protocolos de reprodução e em sistemas superintensivos de produção.

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As pesquisas em pesca fornecem ao Estado a base científica necessária para orientar políticas de manejo e sustentabilidade.

Na maricultura, Santa Catarina possui hoje 542 áreas de cultivo registradas, das quais 279 estão produtivas. Com o fortalecimento da Atepa, o Estado espera reativar 263 áreas, resultando em mais de 8 mil toneladas anuais de produção adicional e impacto econômico de R$ 40 milhões por ano.

Na piscicultura, o objetivo é ampliar o percentual de produtores tecnificados de 7% para 20% e dobrar a produção estadual de 50 mil para 100 mil toneladas/ano, o que pode gerar impacto econômico extra de R$ 450 milhões anuais.

Veja fotos da maricultura em SC

*Sob supervisão de Vitória Loch

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