O governo federal confirmou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo nacional para 2026 será de R$ 1.621. O valor é R$ 6 a menos do que a projeção anterior de Orçamento (R$ 1.627).

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Com isso, a alta será de R$ 103 (cerca de 6,8%) sobre os atuais R$ 1.518. O reajuste deve ser aplicado a partir de janeiro, no salário que o trabalhador receberá em fevereiro.

Qual o impacto do salário mínimo

Por que o valor será menor do que o projetado?

O novo valor do salário mínimo é inferior ao estimado anteriormente pela equipe econômica do governo. Em março, o governo enviou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) com a previsão de um salário mínimo de R$ 1.630.

Depois, em agosto, o Ministério da Fazenda calculou que seria de R$ 1.631. Na última quinta-feira (4), o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com a projeção de R$ 1.627 para o ano que vem.

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O motivo para um salário mínimo menor foi a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acima do esperado pelo governo. Esse índice mede a inflação usada no cálculo do piso.

Quem é impactado pelo salário mínimo?

O salário mínimo serve de referência direta para 59,9 milhões de pessoas no país, segundo o Dieese, incluindo:

  • Trabalhadores formais;
  • Aposentadorias e pensões;
  • Benefícios sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Além disso, ele influencia gastos federais como seguro-desemprego e abono salarial.

Como o salário mínimo é calculado?

A fórmula de correção do salário mínimo leva em consideração a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro; e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB). Pelas regras, o reajuste é limitado a um teto: até 2,5% acima da inflação, seguindo o arcabouço fiscal.

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Qual o histórico de aumento do salário mínimo?

AnoSalário mínimo em R$Percentual de aumento
2010R$ 510,009,68%
2011R$ 540,00/R$ 545,000,93%/5,88%
2012R$ 622,0014,13%
2013R$ 678,009,00%
2014R$ 724,006,78%
2015R$ 788,008,84%
2016R$ 880,0011,68%
2017R$ 937,006,48%
2018R$ 954,001,81%
2019R$ 998,004,61%
2020R$ 1.045,004,68%
2021R$ 1.100,005,26%
2022R$ 1.212,0010,18%
Janeiro a abril de 2023R$ 1.302,007,43%
1º de maio de 2023R$ 1.320,001,39%
2024R$ 1.412,006,97%
2025R$ 1.518,007,5%

Qual o salário mínimo regional em SC?

Assim como em outros estados, Santa Catarina tem um salário mínimo regional, instituído por lei de 2009. Ele se aplica a categorias de trabalhadores que não têm piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Além do estado, apenas outras quatro unidades da federação instituem o mínimo regional: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

Veja os atuais salário mínimos regionais em SC

Primeira faixa: R$ 1.730,00

  • Na agricultura e na pecuária;
  • Nas indústrias extrativas e beneficiamento;
  • Em empresas de pesca e aquicultura;
  • Empregados domésticos;
  • Em turismo e hospitalidade;
  • Nas indústrias da construção civil;
  • Nas indústrias de instrumentos musicais e brinquedos;
  • Em estabelecimentos hípicos; e
  • Empregados motociclistas, motoboys, e do transporte em geral, excetuando-se os motoristas.

Segunda faixa: R$ 1.792,00

  • Nas indústrias do vestuário e calçado;
  • Nas indústrias de fiação e tecelagem;
  • Nas indústrias de artefatos de couro;
  • Nas indústrias do papel, papelão e cortiça;
  • Em empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas e empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas;
  • Empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas;
  • Empregados em empresas de comunicações e telemarketing; e
  • Nas indústrias do mobiliário.

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Terceira faixa: R$ 1.898,00

  • Nas indústrias químicas e farmacêuticas;
  • Nas indústrias cinematográficas;
  • Nas indústrias da alimentação;
  • Empregados no comércio em geral; e
  • Empregados de agentes autônomos do comércio.

Quarta faixa: R$ 1.978,00

  • Nas indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico;
  • Nas indústrias gráficas;
  • Nas indústrias de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana;
  • Nas indústrias de artefatos de borracha;
  • Em empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e de crédito;
  • Em edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares, em turismo e hospitalidade;
  • Nas indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas;
  • Auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino);
  • Empregados em estabelecimento de cultura;
  • Empregados em processamento de dados;
  • Empregados motoristas do transporte em geral;
  • Empregados em estabelecimentos de serviços de saúde.

*Com informações do g1 e da CNN.