Na vastidão da Amazônia, entre rios de águas escuras, vive um dos animais mais extraordinários do Brasil: o poraquê. Essas enguia-elétricas nativas podem gerar choques de até 860 volts, quase quatro vezes a voltagem de uma tomada residencial.

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Pesquisadores brasileiros descobriram recentemente novas espécies diferentes de poraquês na região. O Electrophorus voltai detém o recorde de voltagem, superando até mesmo espécies africanas. Seu choque pode ser fatal para humanos em condições específicas.

Como funciona o choque do peixe elétrico

O poraquê possui órgãos especiais compostos por células chamadas eletrócitos. Quando ameaçado ou caçando, essas células se ativam simultaneamente, criando uma descarga elétrica poderosa o suficiente para atordoar presas ou predadores.

“Uma das coisas mais fascinantes é que cada espécie tem seu próprio padrão de descarga”, explica o professor Luiz Peixoto da UFPA para a Folha de S. Paulo. Essa “assinatura elétrica” permite que os peixes se comuniquem e se reconheçam nas águas turvas dos rios amazônicos.

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Riscos para humanos e curiosidades

Apesar do poder impressionante, acidentes fatais com poraquês são raros. A maioria ocorre quando pescadores pisam acidentalmente nos animais ou os manipulam sem proteção. O choque pode causar parada respiratória em casos extremos.

Curiosamente, os peixes elétricos não sofrem com suas próprias descargas. Cientistas estudam seus mecanismos de proteção, que podem inspirar novos tratamentos para doenças humanas, incluindo condições neurodegenerativas.

Ameaças e conservação

Como muitas espécies amazônicas, os peixes elétricos enfrentam ameaças como desmatamento e poluição de rios. Sua preservação é crucial não só para a biodiversidade, mas para a ciência que estuda suas capacidades únicas.

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“São peixes fascinantes capazes de produzir descargas elétricas, e a maior diversidade observada é na região da Amazônia”, destaca Peixoto. Novas espécies continuam sendo descobertas, mostrando quanto ainda há para aprender sobre esses extraordinários habitantes dos rios brasileiros.

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