O desperdício de frutas, legumes e verduras ainda é um dos maiores desafios do setor hortifrúti no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), em 2025 as perdas médias chegaram a 4,73%, tornando o hortifrúti o segundo segmento mais ineficiente entre os perecíveis. A boa notícia é que grande parte desse prejuízo pode ser evitada com boas práticas e conhecimento.
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Segundo Pietro Schenardi, engenheiro agrônomo e responsável pela área de qualidade da empresa PariPassu, entender o papel do etileno é fundamental. Esse gás natural atua como um hormônio vegetal que regula o amadurecimento dos alimentos.
— Também é essencial observar o momento certo de armazenar ou expor cada fruta. Esse cuidado faz toda a diferença na redução das perdas e na entrega de produtos frescos ao consumidor — explica.
As boas práticas de armazenamento e exposição fazem toda a diferença devem começar desde o varejo que vende esses produtos. Manter frutas climatéricas (frutas que amadurecem após a colheita) e não climatéricas (não amadurecem depois da colheita) separadas, controlar a refrigeração e garantir boa ventilação são passos fundamentais para prolongar a vida útil dos produtos e reduzir devoluções.
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E em casa? O consumidor tem papel importante. A geladeira é uma grande aliada, pois reduz a taxa metabólica, a emissão de etileno e o crescimento de microrganismos. Mas é importante evitar variações bruscas de temperatura, que podem afetar sabor e textura.
O ideal é planejar o consumo: se o alimento ainda precisa amadurecer, mantenha-o em temperatura ambiente, em local limpo, fresco e ventilado. Isso favorece o amadurecimento natural e mantém o sabor. Uma forma simples, mas poderosa, de evitar o desperdício e valorizar cada alimento que chega à mesa.
Frutas que continuam amadurecendo e como armazená-las
Nem todas as frutas se comportam da mesma forma depois da colheita. Algumas continuam amadurecendo naturalmente, enquanto outras mantêm o mesmo ponto em que foram colhidas. Saber diferenciá-las ajuda a conservar melhor cada tipo e evitar o desperdício.
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Frutas que continuam amadurecendo (climatéricas):
Essas frutas produzem e reagem ao etileno, que o gás responsável pelo amadurecimento. Por isso, é melhor armazená-las fora da geladeira até atingirem o ponto ideal. Depois de maduras, podem ser refrigeradas para retardar o processo e durar mais alguns dias.
Frutas que não amadurecem após a colheita (não climatéricas):
Elas não produzem etileno em quantidade significativa, por isso não ficam mais doces nem macias depois de colhidas. O ideal é armazená-las diretamente na geladeira, de preferência em potes ventilados ou embalagens próprias para frutas frescas.
Dica extra:
Evite guardar frutas climatéricas junto com as não climatéricas. O etileno liberado por frutas como banana e maçã pode acelerar a deterioração de outras, como uvas e folhas verdes. Separar os grupos — tanto em casa quanto no transporte — é um passo simples que prolonga a vida útil dos alimentos.
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*Sob supervisão de Pablo Brito
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