Por muito tempo a infertilidade foi atribuída às mulheres. Mas com o avanço da medicina, os homens também passaram a ser diagnosticados com problemas para gerar filhos. Uma dessas causas é a chamada azoospermia não obstrutiva, quando o sêmen não contém espermatozoides.

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Uma pesquisa recente tentou entender como os médicos tratam essa condição no mundo todo. A intenção é estabelecer um padrão de tratamento, seguindo o que é mais eficaz.

No estudo, os pesquisadores descobriram quais os métodos mais eficazes para tratar essa condição e viabilizar a realização do sonho de muitos casais que planejam aumentar a família.

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O que é azoospermia e qual a sua ligação com a infertilidade

A azoospermia não obstrutiva acontece quando não há espermatozoides no sêmen, mesmo o paciente não apresentando nenhum bloqueio no canal que os carregam. O problema é na produção do espermatozoide em si.

Essa condição pode acontecer por motivos hormonais. Quando o quadro se apresenta, é necessária uma terapia assistida que consiste em duas intervenções principais, conforme explica Thiago Teixeira, pesquisador da USP.

“É uma combinação: são feitos tratamentos hormonais para aumentar a chance de encontrar espermatozoides, seguidos de diferentes técnicas de extração cirúrgica [de espermatozoides]”

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Essa técnica já é comum para mulheres que tentam engravidar, mas ainda não é tão aceita entre os homens. Por preconceito e falta de procedimentos assertivos, muitos homens deixam de procurar tratamento.

“O que o médico faz é tentar regular os níveis hormonais para aumentar a chance de encontrar um espermatozoide na extração”, emenda o especialista.

O que é a técnica de extração?

A cirurgia de extração é feita em pacientes que conseguem produzir os espermatozoides, mas que não são liberados no sêmen. 

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“Podemos coletar o espermatozoide no testículo, porque a pessoa pode não ter ejaculado espermatozoides, mas ainda assim os estar produzindo”, explica Teixeira.

Na pesquisa, os especialistas relataram que essas cirurgias de retirada de espermatozoides são feitas entre 26% e 50% das vezes. Teixeira considera esse um bom índice.

Para aumentar as chances de sucesso no procedimento, cerca de 29% dos médicos fazem um tratamento hormonal prévio. Com ele, são equilibrados os hormônios responsáveis pela produção dos espermatozoides, como a testosterona.

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“Antigamente, muitos optavam por já ir direto para a extração, só que isso diminuía a chance de encontrar espermatozoide, e a pessoa acabava fazendo muitos procedimentos” 

Uma extração com resultados mais eficazes

Existe outra técnica que também aumenta a chance de sucesso, a chamada microTESE, ou microcirurgia. Nela, é feito um estudo com microscópio para identificar onde estão os espermatozoides e, então, extraí-los com mais precisão.

Entretanto, Teixeira pondera que essa técnica é cara e inviável muitas vezes. Em todo o mundo, um terço dos médicos opta direto pela microTESE enquanto o restante faz o tratamento mais escalonado.

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Possíveis causas da azoospermia

Uma das causas desse tipo de infertilidade é a síndrome de Klinefelter. Pacientes com essa condição nascem com dois cromossomos X e um cromossomo Y. Biologicamente, mulheres apresentam dois cromossomos X, enquanto homens, um X e um Y.

A varicocele, que é a dilatação das veias do testículo, também é uma doença relacionada a quadros de infertilidade e subfertilidade. Cerca de 57% dos especialistas consultados na pesquisa sugerem o tratamento da doença antes da cirurgia.

Independente da causa, a azoospermia é um problema para o qual existe tratamento. Embora ainda caras e complexas, as intervenções médicas têm sido aprimoradas para viabilizar a realização de muitos homens de ter um filho.

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