Um casal de turistas do Mato Grosso que passava férias em Porto de Galinhas foi agredido na tarde do último sábado (27) por comerciantes. No início desta semana, o caso continua ganhando repercussão após ao menos 14 pessoas já terem sido identificadas, segundo o governo de Pernambuco. A investigação segue em andamento. Com informações do g1.

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O que motivou a agressão?

Os empresários Johnny Andrade e Cleiton Zanatta contaram que as agressões iniciaram depois que os comerciantes cobraram mais caro que o combinado anteriormente no aluguel de cadeiras e guarda-sol, na praia do Litoral Sul do Estado, em Ipojuca.

Segundo Johnny, foi dito ao casal que o valor das cadeiras era de R$50, mas que se houvesse consumação dos petiscos, não haveria necessidade de pagamento das cadeiras e da barraca.

— Era umas quatro horas da tarde quando a gente pediu a nossa conta. Aí ele falou: ‘eu vi que vocês não consumiram o petisco, então agora eu vou cobrar R$80 da cadeira de vocês’, disse.

Os empresários, então, se recusaram a pagar o novo valor, de R$30 a mais que o combinado. Os comerciantes, por outro lado, não aceitaram a recusa e começaram a agredir Johnny e Cleiton com socos e cadeiradas.

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Quantas pessoas estão envolvidas?

O casal acabou sendo agredido por cerca de 30 pessoas, conforme mostram vídeos divulgados nas redes sociais, com tapas, socos e areia. Eles tiveram que pedir ajuda aos guarda-vidas civis, e as agressões só pararam quando os empresários foram colocados na caçamba de uma caminhonete dos guarda-vidas.

— Antes dos salva-vidas saírem, eles conseguiram me tirar de cima da caminhoneta, arrastou de novo para 10, 15 metros e me deram muitos chutes nas costas e na cabeça (…) Eu espero nunca mais na minha vida pisar nesse lugar — disse Cleiton.

De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, quando as forças de segurança chegaram no local, a situação já estava controlada, com as vítimas encaminhadas para atendimento médico.

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Johnny também acredita que possa haver indícios de homofobia na agressão.

— Eu acredito também que foi algo homofóbico também porque eles perceberam que nós somos um casal gay — afirmou.

O caso está sendo apurado com “prioridade” e a investigação por lesão corporal está sendo realizada pela Polícia Civil.

O que diz a prefeitura de Ipojuca

A prefeitura de Ipojuca repudiou o caso e disse que “trata-se de um fato grave e incompatível com os valores de respeito, acolhimento e hospitalidade que norteiam o destino”. Veja a nota na íntegra:

“A Prefeitura do Ipojuca repudia e lamenta o episódio ocorrido em Porto de Galinhas, envolvendo turistas e trabalhadores da praia, que resultou em agressões físicas.

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Trata-se de um fato grave e incompatível com os valores de respeito, acolhimento e hospitalidade que norteiam o destino. Os órgãos competentes já apuram o ocorrido para identificar os envolvidos e adotar as medidas legais cabíveis.

Desde o primeiro momento, houve atuação rápida das equipes de salva-vidas e da Guarda Municipal, garantindo a segurança no local e evitando o agravamento da situação.

A gestão municipal realiza um trabalho contínuo de ordenamento da orla. Nos últimos meses, foram intensificadas ações integradas de fiscalização e organização turística, incluindo o recadastramento de ambulantes, reuniões com barraqueiros e a entrega de crachás de identificação com QR Code, iniciativa que será ampliada a todos os trabalhadores da orla.

A Prefeitura reafirma seu compromisso com um turismo responsável, seguro e organizado, e seguirá atuando de forma integrada para preservar Porto de Galinhas como um destino acolhedor para moradores, trabalhadores e visitantes.”

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O que diz o governo de Pernambuco

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD) se pronunciou nas redes sociais sobre o episódio e disse que o caso está sendo tratado como um crime grave, “absolutamente inadmissível”.

— Esse é um fato que precisa atuar junto à prefeitura e à polícia. E o diálogo sempre com a prefeitura para que haja, de fato, o ordenamento do comércio e que a gente não tenha incidentes mais acontecendo, incidentes não, crimes acontecendo como esse que aconteceu aqui — disse.