Para uma parcela da população, o Natal não evoca a magia das festas, mas sim uma profunda aversão. Esse sentimento, muitas vezes incompreendido, não é um capricho, mas sim a manifestação de uma série de desconfortos que vão desde a esfera pessoal até as grandes pressões culturais e econômicas.
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O foco excessivo em presentes, compras e consumo desvirtua o que deveria ser um período de reflexão e união. Essa ênfase materialista gera uma repulsa que, combinada com fatores psicológicos, sociais e culturais, explica o porquê de o Natal ser, para muitos, um período de estresse e tristeza.
Analisar as causas dessa aversão é um passo importante para fomentar um ambiente mais acolhedor e menos impositivo durante as festividades.
As evidências apontam para um conjunto de razões bem definidas que transformam o “espírito natalino” em uma fonte de ansiedade e isolamento para muitas pessoas, sobretudo as mais vulneráveis.
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Consumismo e a ansiedade financeira no Natal
Um dos fatores cruciais que leva à aversão natalina é o foco desmedido no consumo e no materialismo. A pressão para comprar presentes, muitas vezes caros e numerosos, pode causar grande ansiedade e insatisfação, especialmente em indivíduos com menor inclinação materialista ou em quem enfrenta dificuldades financeiras.
A festa, assim, se torna um lembrete do que se não pode ter ou oferecer.Para essas pessoas, o verdadeiro significado da celebração é obscurecido pela máquina comercial que dita o que e como se deve celebrar.
Essa repulsa ao foco materialista é uma reação de defesa contra a imposição de um estilo de vida ou de gastos que não corresponde à sua realidade ou aos seus valores pessoais, culminando no ódio à data. A mensagem de “paz e amor” é substituída por “compre mais”.
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Exclusão social e a onipresença dos símbolos
A exclusão social e religiosa é outro motor potente para o desgosto. Pessoas que não compartilham da fé cristã ou que simplesmente não celebram o Natal sentem-se à margem da sociedade devido à onipresença avassaladora dos símbolos e rituais natalinos.
Essa constante exposição a um mundo festivo do qual não fazem parte é prejudicial ao bem-estar psicológico e reforça a sensação de serem “diferentes”. Em sociedades que são naturalmente diversas, a forma dominante com que o Natal é celebrado pode, inadvertidamente, reforçar a exclusão de minorias culturais ou religiosas.
A pressão social para que todos se unam em torno da mesma celebração, ignorando a pluralidade de crenças e costumes, é uma das principais fontes de desconforto e aversão entre esses grupos.
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As tensões das expectativas e obrigações sociais
O período natalino vem acompanhado de um conjunto implícito de normas e obrigações sociais que podem gerar um nível de estresse insuportável.
A necessidade de realizar reuniões familiares, a expectativa de hospitalidade e o ritual da troca de presentes transformam o prazer em obrigação, levando a uma sensação de fracasso ou incapacidade de cumprir as expectativas. Isso é ainda mais difícil para quem já vive sob pressão.
A pressão é sentida de forma aguda por idosos ou por indivíduos que não podem, por razões logísticas, econômicas ou de saúde, participar plenamente das atividades festivas.
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O peso de não atender às expectativas idealizadas do Natal é um fardo que contribui para o aumento do desconforto e da aversão à data. A alegria se torna um mandamento social, e a falha em senti-la gera culpa.
Solidão, conflitos familiares e a saúde mental
Contrariando a imagem de união, a época é capaz de acentuar problemas de saúde mental já existentes, como a solidão, o isolamento e os sintomas depressivos.
O contraste entre a idealização da festa e a realidade de quem está sozinho ou enfrentando dificuldades emocionais amplifica o sofrimento, fazendo com que muitos encarem o Natal como um período de dor e não de celebração.
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Adicionalmente, as reuniões familiares, que deveriam ser um ponto alto, frequentemente servem para reavivar tensões e conflitos antigos, aumentando o desconforto. A obrigatoriedade de se reunir com familiares com quem há históricos de desentendimentos é um fator de aversão à data.
Para muitos, o “espírito natalino” significa apenas mais uma rodada de disputas veladas e desconforto.

Personalidade e valores como fatores de rejeição
A aversão ao Natal também está ligada a traços de personalidade, como o neuroticismo e a baixa extroversão, que se associam a um menor envolvimento nas festividades e a um maior desconforto durante a época.
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O perfil psicológico individual interage com as pressões sociais para determinar a reação emocional à data, que para os mais introvertidos pode ser cansativa e estressante.
Indivíduos cujos valores não se alinham com os predominantes, por exemplo, ateus, secularistas ou adeptos de outras religiões, rejeitam o Natal por uma profunda falta de identificação com seus significados.
Essa diferença de identidade e valores é uma causa legítima de aversão, pois a pessoa é forçada a conviver com uma celebração que não a representa. O Natal é um espelho de valores que a pessoa rejeita.
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