Elegida como palavra do ano pelo dicionário Oxford em 2017, o termo “woke” ganhou novos significados ao longo dos últimos dois anos. A palavra ganhou um novo significado dentro da cultura pop e na política. O uso mais recente do termo foi durante a polêmica da atriz Sydney Sweeney, que levou as pessoas a discutirem o uso da palavra nas redes sociais.
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Ela era usada originalmente como um símbolo de consciência racial e justiça social, mas virou alvo de críticas conservadoras, se tornando um campo de batalha cultural e político nos Estados Unidos e além.
Adjetivo dos anos 1930
“Woke” é um adjetivo usado desde os anos 1930. Ela era usada para descrever pessoas conscientes do racismo e da discriminação. A expressão “stay woke” (algo como “mantenha-se alerta”, em inglês) passou a ser um chamado para que a população se mantivesse atenta às injustiças sociais.
Esse termo voltou para a boca das pessoas em 2008, quando a cantora Erykah Badu incluiu a frase “I stay woke” na música “Master Teacher”. Pouco depois, a hashtag #staywoke começou a circular nas redes sociais, especialmente no X (na época, o antigo Twitter).
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Até então, o termo era usado quase que exclusivamente pela população negra norte-americana. A popularização definitiva do termo aconteceu em 2014, após a onda de protestos impulsionada pelo movimento Black Lives Matter, em resposta à violência policial contra afro-americanos.
O termo passou a simbolizar um posicionamento social e político voltado à luta contra o racismo, sendo cada vez mais adotado por pessoas brancas aliadas para sinalizar seu apoio a causas progressistas.
Com o tempo, a expressão passou a ser usada para combater outras desigualdades sociais, como o sexismo e a negação de direitos à comunidade LGBTQ.
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Uso pejorativo
A partir de 2019, no entanto, o termo passou a ser usado de forma sarcástica por setores da direita política, como crítica ao que julgam ser “politicamente correto”.
A palavra virou sinônimo ideológico para muitos conservadores, usada por eles para ridicularizar causas sociais ou deslegitimar discursos de inclusão.
Sydney Sweeney x Woke
Um exemplo recente é a polêmica em torno de uma campanha de moda estrelada pela atriz Sydney Sweeney, que mostra como uma ideia pode sair pela culatra quando há falta de sensibilidade social, ou até mesmo alguém que siga a “agenda woke”, nos bastidores.
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A aposta no trocadilho entre “jeans”(tecido de calça) e “genes” (genética) caiu como uma bomba quando o público acusou a campanha de promover a objetificação feminina, racismo e valores eugenistas, já que Sydney é uma mulher branca, loira e de olhos azuis.
Usuários do X (antigo Twitter) descobriram também que Sydney é filiada ao Partido Republicano, liderado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Ele, inclusive, se manifestou sobre a campanha.
Ele publicou na rede Truth Social que Sydney tinha o “comercial mais quente” do momento e que “a maré virou de verdade, ser woke é para perdedores, ser republicano é o que você quer ser.”
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*Com informações do gshow
**Sob supervisão de Pablo Brito
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