Um documento encaminhado pela gerência de ensino e artes da Fundação Cultural de Joinville ao presidente da Câmara de Vereadores, Sandro Silva, levantou algumas das carências, tanto conceituais quanto estruturais da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior.
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O ofício feito no início de agosto, que apresentava uma contextualização e proposta de revitalização e modernização dos espaços, foi recebido com surpresa pelos professores da instituição.
Entre as necessidades apontadas no documento, estão problemas de ordem financeira (como inadimplência e falta de mais repasse para colocar em prática os projetos de melhoria) e de qualificação.
Estes foram citados como os principais motivos pelos quais a instituição administrada pela FCJ ofereça as mesmas estruturas da década de 1970, quando foi criada para reunir a Escola de Arte Fritz Alt, Escola de Música Villa-Lobos e Escola Municipal de Ballet.
Termos usados pela gerência de ensino e artes da Fundação como defasada e estagnada, para falar da atual situação do grupo de escolas, causaram reação no corpo docente da Casa da Cultura.
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Em uma carta, os professores consideraram como desinformados alguns pontos apresentados por Borges de Garuva, gerente de ensino e artes. Segundo o conteúdo, que deverá ser enviado ainda nesta semana para o gerente de ensino e artes, Câmara de Vereadores e para o prefeito Carlito Merss, a equipe repudia a afirmação de que a Casa da Cultura tenha parado no tempo.
Contudo, o que mais causou revolta foi o capítulo que se refere aos recursos humanos da instituição que, segundo Borges, são os mesmos de uma época em que o ensino das artes tinha um “caráter provincial”.
– O ofício gerou insegurança por parte dos professores, principalmente porque quem a elaborou parece desconhecer a realidade -, afirma uma das 90 professoras da Casa da Cultura, Vera Zucco.
– Os questionamentos do presidente da Câmara eram simples e o gerente respondeu com críticas, sendo que algumas são inverdades -, completa a professora.
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No ofício encaminhado por Sandro Silva apenas constava o pedido de informação sobre número de alunos, servidores, custos e investimento da Casa da Cultura.
Borges, que até o fechamento desta edição não tinha recebido a carta de repúdio, diz que o conteúdo do documento é uma observação técnica, baseada em vivências pessoais e no acompanhamento enquanto gerente desde o início da atual gestão.
– Conheço bem a Casa da Cultura. Fui aluno e professor lá -, justifica.
Na carta, os professores se defendem, afirmando que 95% do quadro docente possuem formação superior e que há uma constante renovação dos métodos pedagógicos.
Apesar das divergências entre professores e a Fundação, há consenso em relação à precariedade estrutural da Casa da Cultura. A falta de manutenção do prédio, mais evidentes nos sistemas hidráulico e elétrico, a defasagem de instrumentos musicais e a falta de recursos tecnológicos são apontadas como necessidades mais emergenciais, tanto pelos professores, quanto pela administração.
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