Cancelamento das terceirizações, auditoria em contratos, controle rigoroso de estoque e redução de 27% da folha de pagamento com o corte de 14% dos funcionários, um total de 108. A série de medidas visa a recuperar a credibilidade da Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB), abalada pela Operação Tapete Negro, deflagrada em dezembro de 2012, após investigação de seis anos feita pelo Ministério Público.

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Veja aqui o que já mudou na Urb

O inquérito aponta a empresa de economia mista como centro de fraudes para desvio de recursos, por meio da execução de trabalhos por terceiros e a prestação de serviço para a prefeitura sem licitação.

– Como ela (URB) é pivô de investigações, estamos aplicando medidas administrativas para recuperar a credibilidade da empresa e a autoestima dos servidores explica o – prefeito Napoleão Bernardes (PSDB).

Para liderar a minirreforma, Napoleão escolheu o auditor Emerson Vieira, 32 anos, que já havia passado pela URB em 2012. Foi contratado pela gestão anterior para criar uma controladoria. O trabalho não foi concluído por falta de documentos, segundo o agora diretor-administrativo, no cargo desde o dia 7 de janeiro. Nos últimos dias, chegou a atuar como presidente interino, após a saída de Antônio José Santos de Moraes.

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Nesta segunda-feira, o novo presidente, Mário César Pigatto, tomou posse. Engenheiro civil, é filiado ao PMDB e a última experiência política foi na coordenação da campanha do deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD) à prefeitura de Blumenau.

– Fui apresentado aos funcionários e estou me inteirando dos assuntos ainda. Mas já trabalhei no Departamento de Serviços Urbanos, tenho experiência para contribuir – resume o presidente recém-empossado.

Em busca de equilíbrio financeiro, desde o início do ano, os gastos com pessoal passaram de R$ 1,2 milhão para R$ 877 mil, por mês. Em breve, serão extintos ainda os 20 cargos comissionados existentes na URB. Para repor essas vagas, haverá um concurso público em 19 de maio.

– Avaliamos todos os funcionários com base no comprometimento e na produtividade, assim fomos cortando – diz Vieira.

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Pagamentos só com serviço

e entrega comprovados

Para evitar desvio de estoque e garantir a segurança da empresa, o estacionamento dos funcionários foi separado do pavilhão onde os materiais ficam armazenados.

– Aqui, antes era uma festa. Todo mundo entrava e saía de carro na URB. Agora só entram veículos de trabalho. A URB sempre teve ferramentas de controle, mas não usava – lembra o diretor-administrativo.

As terceirizações foram cortadas. Hoje, quatro obras estão em andamento. As dívidas com fornecedores de 2012 passaram a ser pagas somente após comprovada a execução do serviço ou a entrega do material.

– Não vou pagar nada para ninguém sem ter certeza de que existe a dívida, se recebi o material, se foram usadas hora-máquina. Além disso, ao findar as licitações em andamento, não prorrogaremos propositalmente – garante Vieira.

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Saiba mais sobre a estrutura da URB na edição impressa do Santa desta terça-feira.

Veja também uma entrevista com Napoleão Bernardes sobre o futuro da empresa