O empresário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como operador do escândalo do Mensalão, foi alvo de operação em Minas Gerais, nesta terça-feira (2). A polícia apura um esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em atacadistas.
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Durante os anos 2000, Marcos Valério foi sócio de empresas de publicidade. A partir delas, o empresário atuava como operador de esquemas de financiamento político, o que resultou na condenação a uma pena que ultrapassava 40 anos de prisão. Ele cumpre, vale lembrar, pena domiciliar em Nova Lima (MG).
Agora, o empresário é apontado como um dos articuladores do grupo de sonegações entre atacadistas em Minas Gerais. No entanto, até o fechamento da matéria, não havia detalhes sobre o papel dele no esquema.
Segundo o Ministério Público mineiro, as empresas investigadas deixaram de recolher mais de R$ 215 milhões em ICMS ao longo dos últimos anos. Além disso, também há indícios de corrupção e financiamento ilícito.
O caso é analisado pela 4ª Vara de Tóxicos, Organizações Criminosas e Lavagem de Bens e Valores de Belo Horizonte, responsável por crimes financeiros complexos. O processo corre em sigilo absoluto, por determinação judicial, para garantir a eficácia das diligências.
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Procurada pela reportagem do g1, a defesa de Marcos Valério afirmou que não teve acesso ao processo.
Como funcionava o esquema?
Para a polícia, o esquema funcionava por meio da criação de “empresas de fachada”. Essas empresas eram abertas exclusivamente para emitir notas fiscais falsas e simular operações interestaduais.
Na prática, as notas simulavam vendas para fora de Minas para reduzir a tributação, mas os produtos eram encaminhados a redes de atacadistas e outros estabelecimentos no estado. As investigações, conduzidas há mais de 18 meses, apontam que mais de 100 empresas são suspeitas de integrar o esquema, sendo cerca de 30 delas alvo das buscas desta terça-feira.
*Sob supervisão de Luana Amorim

