O ministro da Educação, Camilo Santana, visitou os campi Florianópolis e Blumenau da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Autoridades da instituição presenciaram a visita do ministro do presidente Lula (PT) e aproveitaram para discutir o orçamento da universidade, que tem enfrentado dificuldades nos últimos meses.

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A visita ocorreu entre a segunda (8) e terça-feira (9). O ministro e o reitor Irineu Manoel de Souza, da UFSC, conversaram sobre a situação da instituição. Nos últimos meses, a UFSC enfrentou problemas com o orçamento, afirmando possuir déficit milionário e recursos suficientes apenas para funcionar até outubro deste ano — fato que não se confirmou. No entanto, a situação continuou precária.

O ministro ressaltou que é a luta para melhoras as condições das universidades é “importante” e que a instituição existe por causa dos estudantes. Além disso, Camilo Santana escutou dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc) e defendeu os esforços do governo federal na recomposição orçamentárias das universidades, afirmando que o orçamento atual não é menor do que o anterior. O ministro aproveitou para detalhar melhoras na UFSC e deu detalhes sobre a situação das universidades no país. (Veja o que o ministro falou sobre a UFSC abaixo.)

Veja fotos da visita do ministro à UFSC

Como está o orçamento da UFSC?

Durante a visita, o reitor Irineu Manoel de Souza afirmou que a UFSC deve encerrar o ano com um déficit de aproximadamente R$ 25 milhões. Segundo o gestor da instituição, o tema foi discutido com o ministro e um documento para reavaliar a situação foi encaminhado.

Para o reitor, a situação da UFSC é especialmente complicada em razão do tamanho e da idade da instituição. No entanto, ele citou a arrecadação própria que a universidade possui e que acaba entrando no orçamento para ajudar nas despesas. Em média, esse valor é de R$ 47 milhões.

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Para contextualizar a situação das universidades federais, o ministro negou qualquer acusação de cortes no orçamento e destacou um crescimento nos recursos. Camilo Santana então citou que o orçamento de 2024 — de R$ 74 bilhões — é 63% maior se comparado ao de 2022.

Cobranças dos estudantes da UFSC

Além disso, representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFSC) alertaram para a crise orçamentária. Segundo eles, a falta de investimento na UFSC tem causado o abandono de estruturas e a perda de incentivo para o estudo. Os integrantes do DCE citaram o investimento de 2015, quando a universidade recebia R$ 184 milhões para operar — em comparação, a UFSC recebeu R$ 171 milhões neste ano.

Os estudantes ainda citaram a precariedade das estruturas físicas da UFSC. Sobre a situação da moradia estudantil, um estudante afirmou estar “pedindo socorro” para o ministro.

Em resposta, Camilo Santanta reconheceu o papel fundamental das universidades, mas contestou os dados apresentados pelos estudantes. Para o ministro, o orçamento corrigido de 2015 seria de R$ 67,8 bilhões e que a afirmação sobre a queda orçamentária “não é verdade”. Por último, adiantou que o orçamento para 2026 será de R$ 73,7 bilhões, um aumento em relação a 2022.

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UFSC vai receber melhorias, segundo ministro

Apesar das críticas, o ministro defendeu que houve avanços na UFSC. Segundo Camilo Santana, 2021 foi o pior ano da história das universidades, quando as instituições receberam R$ 5 bilhões para o custeio diário das atividades — comparando com 2025, as universidades receberam mais de R$ 7 bilhões.

Para o ministro, as instituições enfrentam um “processo de reconstrução”. Ele citou o fato das universidades terem passado 12 anos sem cargos e funções liberados e citou que 2,6 mil cargos foram liberados semana passada.

Por volta das 17h de segunda, o ministro visitou as obras do Centro de Ciências da Educação (CED/UFSC). O prédio está sob obras desde 2023 e passa por uma reforma que engloba os blocos A, B e C do centro, além de adequações e modernizações. Camilo Santana garantiu que a obra será finalizada em 2026.

*Sob supervisão de Vitória Loch