Preso há quase dois meses, o rapper Oruam compõe um novo álbum com temáticas de encarceramento e perseguição policial na cadeia. O cantor escreve versos em um pequeno caderno sem linhas que ganhou de um dos advogados. As informações são da Folha de S.Paulo.

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Segundo os advogados, a prisão do rapper tem uma série de inconsistências, como perícias inconclusivas em relação a uma suposta arma de fogo atribuída pela polícia ao cantor, abertura do inquérito fora da jurisdição e acusação sem nenhuma comprovação de tráfico de drogas

— E se ele compuser um rap dizendo que o delegado de polícia, que vai buscar às 11 horas da noite, dá um tapaço na cara do garoto, depois o subjuga. Vão chamar isso de proibidão. Quando, na verdade, proibido devia ser o delegado dar um tapaço na cara de quem está prendendo — afirma Nilo Batista, um dos advogados de Oruam.

O tapa ao qual o advogado se refere aparece em um dos vídeos enviados à Folha pela defesa, que mostra o delegado Moysés Santana Gomes, agredindo um dos jovens que estavam presentes na noite da diligência que levou à prisão de Oruam.

Procurada, a Polícia Civil afirmou que age dentro da legalidade.

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Veja imagens do que Oruam publica nas redes sociais

Entenda a prisão de Oruam

A Justiça do Rio de Janeiro expediu um mandado de prisão contra o rapper Oruam no dia 22 de julho. Ele foi indiciado por seis crimes depois de, segundo a Polícia Civil, impedir a apreensão de um menor procurado por roubo.

Oruam e amigos teriam atacado agentes que tentavam cumprir um mandado de busca e apreensão contra um adolescente infrator, conforme afirma o secretário Felipe Curi, chefe da Polícia Civil.

O artista foi indiciado por tráfico, associação ao tráfico, lesão corporal, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato por conta do episódio, que aconteceu na casa onde o artista mora, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Em fevereiro deste ano Oruam foi preso em flagrante por abrigar em casa um foragido da Justiça. O cantor era alvo de buscas, mas policiais encontraram na casa dele um traficante procurado por organização criminosa. Com ele havia uma pistola 9mm com kit-rajada e munição. O rapper foi liberado horas depois.

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