Controlar cinco fatores de risco aos 50 anos pode aumentar em até 14 anos a expectativa de vida, além de garantir mais tempo livre de doenças cardiovasculares. É o que aponta uma pesquisa global publicada no The New England Journal of Medicine (NEJM), que reuniu dados de mais de 2 milhões de participantes em 39 países. O estudo teve a participação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do projeto EpiFloripa – Condições de Saúde de Adultos e Idosos de Florianópolis.

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A pesquisa indica que manter sob controle hipertensão, colesterol alto, obesidade, diabetes e tabagismo aos 50 anos é determinante para viver mais e melhor. Segundo o artigo Global effect of cardiovascular risk factors on lifetime estimates, mulheres que conseguem equilibrar esses fatores ganham, em média, 14,5 anos de vida total e 13,3 anos de vida saudável, enquanto os homens conquistam 11,8 e 10,6 anos, respectivamente.

Faixa etária mais impactada

O estudo também destaca que as mudanças entre os 55 e 60 anos podem gerar os maiores ganhos. Controlar a pressão arterial nessa fase foi o principal fator associado a mais anos de vida saudável, enquanto parar de fumar foi o que mais contribuiu para o aumento da expectativa total de vida.

Para a professora Eleonora, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um diferencial no Brasil.

— Temos centros de saúde que oferecem acompanhamento, exames e até medicamentos gratuitos. É essencial manter a atenção básica forte e o foco na prevenção — ressalta.

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UFSC representa o Brasil no estudo

O levantamento faz parte do Global Cardiovascular Risk Consortium (GCVRC), sediado na Universidade de Hamburgo, e contou com a colaboração da professora Eleonora d’Orsi, do Departamento de Saúde Pública da UFSC.

Ela explica que os dados brasileiros vieram de 1.700 participantes do EpiFloripa, que acompanha desde 2008 o envelhecimento da população da capital catarinense.

— É uma iniciativa de grande impacto em saúde pública. Mostra como mudar hábitos pode garantir mais tempo de vida total e livre de doenças cardiovasculares — afirma Eleonora.

O EpiFloripa continua em andamento e terá nova fase de coleta de dados em 2026, mantendo Florianópolis entre os locais de pesquisa do estudo sobre envelhecimento e prevenção de doenças cardiovasculares.

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