Ozempic e Mounjaro são medicamentos injetáveis que vêm ganhando destaque no tratamento do diabetes tipo 2 e no auxílio à perda de peso. 

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Ozempic (semaglutida) atua como um análogo do GLP-1, um hormônio que aumenta a secreção de insulina, reduz a liberação de glucagon e retarda o esvaziamento gástrico, promovendo maior saciedade. 

Já o Mounjaro (tirzepatida) combina a ação no GLP-1 e no GIP, ampliando os efeitos sobre o controle glicêmico e o apetite, sendo considerado ainda mais potente para emagrecimento em alguns estudos. 

Ambos, no entanto, devem ser utilizados sob prescrição e acompanhamento médico, pois apresentam efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, constipação e risco de complicações gastrointestinais.

Do ponto de vista nutricional, é importante destacar que esses medicamentos não substituem hábitos alimentares adequados e que o sucesso do tratamento se deve exclusivamente a uma reeducação alimentar em paralelo. 

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 A perda de peso induzida por essas medicações pode ser significativa, mas para manter os resultados e preservar massa muscular é essencial uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, vitaminas e minerais, aliada à prática regular de atividade física. Caso contrário, há risco de carências nutricionais, perda de massa magra e efeito rebote ao suspender o uso.

Quando se compara o uso de medicamentos ao controle natural do apetite, nota-se diferenças importantes. Estratégias como aumento do consumo de alimentos ricos em fibras (verduras, legumes, frutas, grãos integrais), hidratação adequada, sono de qualidade, manejo do estresse e prática de exercícios podem contribuir para maior saciedade de forma natural, com benefícios adicionais à saúde geral.

 O lado positivo de um caminho mais natural seria a ausência de efeitos colaterais graves e a construção de hábitos sustentáveis a médio longo prazo, mais consolidados. O aspecto negativo, porém, é que os resultados costumam ser mais lentos e exigem alta disciplina em um momento cultural onde a velocidade de resultados e alta performance tem sido um desejo maior. 

Já os medicamentos oferecem perda de peso mais rápida e eficaz em casos de obesidade ou diabetes, mas carregam riscos, custos elevados e a possibilidade de dependência do uso para manutenção do peso.

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Portanto, o ideal é que o tratamento seja individualizado: medicamentos podem ser uma ferramenta poderosa quando indicados, mas devem ser sempre acompanhados de educação alimentar e mudanças no estilo de vida, que continuam sendo a base para a saúde a longo prazo.

  • Duda Costa é nutricionista e escreve sobre performance esportiva