Em um desabafo sincero e comovente na noite desta segunda-feira (15), o padre Fábio de Melo usou as redes sociais para marcar seus 24 anos de sacerdócio. Longe de uma celebração protocolar, ele optou por um tom pessoal e direto. Falou de fé, mas também de dor, críticas e incompreensões.
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O religioso abordou de forma aberta os ataques que recebe com frequência e até os pedidos por sua expulsão da Igreja Católica. Conhecido por uma postura mais humanizada, e, para alguns, controversa, Fábio de Melo não ignorou os chamados “haters”. Pelo contrário, acolheu as críticas e propôs um olhar mais profundo sobre o moralismo e a imperfeição humana, por meio de uma metáfora atual.
Ao falar dos apóstolos, ele comparou as escolhas de Cristo a um improvável setor de Recursos Humanos. Um “RH de Jesus” que, em vez de buscar currículos impecáveis, optou por pessoas comuns, falhas e até “estranhas”. Uma forma clara de lembrar que a fé não nasce da perfeição.
O sacerdote reconheceu que sua figura pública divide opiniões, mas reafirmou sua missão. Disse que sempre se sentiu chamado a acolher “os que não entram pela porta da frente”. Para ele, é justamente aí que mora o sentido mais profundo do Evangelho.
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Confira abaixo o texto do padre na íntegra:
“Um dia, contrariando todos os palpites dos que me viram crescer, tornei-me padre. Muitos continuam acreditando que eu não sirvo para o cargo. Pedem minha expulsão, dizem que sou uma vergonha para a Igreja. Eu compreendo. Eu também sou vítima do moralismo que cega, dificulta voltar no tempo e encarar o fato de que o RH de Jesus foi o pior da história. Só escolheu gente estranha, esquisita. Os perfeitos também eram bem-vindos, mas não sobreviviam, pois o consideravam louco. Há 24 anos, mesmo sendo um homem cheio de imperfeições, venho acolhendo os que passam pela minha vida. De maneira especial, os que não se sentem convidados, os que não entram pela porta da frente. Só sendo assim é que posso desfrutar de alguma coerência. Se em algum momento de nossas vidas o meu ministério sacerdotal fez sentido para você, obrigado pela confiança. Já valeu ter sido quem eu fui.”
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*Sob supervisão de Pablo Brito

