São figuras da Turma da Mônica, Beto Carrero, Sítio do Picapau Amarelo, imagens de frutas, flores, animais, lugares e até escudos do JEC que compõem a coleção com mais de 250 mil cartões telefônicos do aposentado Abel Gonçalves e do filho Greg Gonçalves. A prática da telecartofilia, popular entre 1994 até 2010, sobrevive na casa da família no Bairro Saguaçu, em Joinville.
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Coleção de cartões telefônicos vale R$ 15 mil, segundo o pai
Aos 74 anos, o pai conta que começou a colecionar quando o filho precisou dos cartões para um trabalho na escola, na década de 90. Seu Abel comprou cerca de seis a sete cartões para o filho, e desde então, não parou mais.
— Lembro que era normal colecionar cartões, comecei a ter esse gosto e o pai foi participativo, começou a ajudar. Ele trazia pra mim e isso foi crescendo. Hoje é desconhecido, mas foi muito fomentado na época — disse Greg, de 40 anos, ao lembrar do começo da paixão do pai pelo hobby.
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Mesmo quando o filho não conseguiu mais continuar a coleção, por questões de trabalho, o pai deu continuidade. Entre trocas com colecionadores, achados em orelhões e até parcelamento de cartões, Abel teve a ideia de colocar uma placa na frente de casa: “Cartão telefônico usado. Compro e troco”.
— Foi um sucesso. Vinha gente de Florianópolis, Jaraguá do Sul, São Paulo, todos os lugares. Chegou um cara que trouxe 100 mil cartões para vender e eu consegui negociar. Já cheguei a ter 500 mil cartões. Valeu a pena — disse Abel.
Hoje, os cartões estão guardados no armário feito sob medida para a coleção. Segundo Abel, os 250 mil cartões telefônicos estão à venda por R$ 15 mil, valor semelhante ao de carros usados.
— Eu aprendi muito nessa minha paixão pelos cartões, ensina a pessoa a viver. Pode perguntar para mim: “O senhor conhece o Japão?” Nunca fui, mas eu conheço tudo pois tenho os cartões de lá — disse o pai.
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Mais do que só uma coleção, a telecartofilia praticada na casa dos joinvilenses aproximou os laços de pai e filho.
— É uma recordação que levamos para a vida toda. Sempre que olhar para os cartões telefônicos vou lembrar do meu pai. 99% foi ele quem juntou e fez acontecer — afirma o filho.
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