Lideranças empresariais de Blumenau vão, mais uma vez, fechar o cerco ao governo do Estado. Na terça-feira, quando visitará Blumenau a convite do Sindicato das Indústrias Têxteis (Sintex), o governador Raimundo Colombo receberá uma série de cobranças, entre elas a conclusão do Complexo Penitenciário de Blumenau. A estrutura está longe do prometido.

Continua depois da publicidade

Siga Pancho no Facebook, Twitter e Instagram

No bairro Ponta Aguda, perto de onde Blumenau encontra Gaspar, o governo estadual prometeu penitenciária, um novo presídio e uma unidade de semiaberto. A iniciativa, porém, parou no primeiro item, inaugurado em janeiro do ano passado. O presídio e o semiaberto aguardam “disponibilização de orçamento”, de acordo com comunicado oficial encaminhado pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania. Ou seja, falta dinheiro e não se sabe de onde vem e nem quando.

Enquanto isso, o serviço deixa a desejar. A Penitenciária Industrial de Blumenau (PIB) não tem dois anos e já protagonizou episódios que a distanciaram do título de “unidade de segurança máxima” alardeado pelo poder público. Pelo menos três detentos foram assassinados e outros oito fugiram da estrutura. A notícia de alívio é que a estrutura não está superlotada. Das 599 vagas criadas, 584 estão ocupadas.

O problema maior continua no velho, ultrapassado e combalido Presídio Regional de Blumenau. A unidade prisional já foi considerada a pior do Estado e uma das mais decadentes do país. A situação até melhorou depois de algumas obras, mas ainda está longe da ideal. A superlotação persiste. Há 682 detentos nas 451 vagas. Onde deveriam conviver 10, convivem 15 homens. Muitos trabalham, assim como na Penitenciária Industrial, mas não se pode dizer que as unidades prisionais de Blumenau são exemplos de ressocialização.

Continua depois da publicidade

Acompanhe outras de publicações de Pancho

Além de tudo isso, a ideia de construir o novo presídio e a estrutura para o regime semiaberto já nasceu defasada. Quando os prédios forem erguidos, serão criadas mais 590 vagas, mas o presídio que hoje abriga 682 será desativado. Não é preciso ser craque em matemática para entender que a conta não fecha.

Investir onde é possível

Em recente reunião com a secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Ada de Luca, as lideranças de Blumenau receberam a informação de que a prioridade está em Florianópolis, onde o sistema também está sobrecarregado.

O problema é que os municípios da Grande Florianópolis não estão dispostos a receber uma nova penitenciária.

Blumenau, por outro lado, recebeu de braços abertos a estrutura. Houve pequena reação, mas a necessidade de abrigar, recuperar e devolver à sociedade pessoas melhores prevaleceu. Se aqui não há mais desgaste e temos terreno e projeto, por que não colocar a conclusão do Complexo Penitenciário de Blumenau como prioridade?

Continua depois da publicidade

Dívida na segurança

Outro forte argumento que será colocado pelos representantes da região é o que eles chamam de dívida do governo do Estado em relação à segurança pública. Blumenau tem o pior índice de policial por habitantes entre as maiores cidades do Estado e não há notícia de que a situação melhorará com a formatura das novas turmas, em dezembro.

R$ 45 milhões

É quanto será necessário para concluir o complexo penitenciário com a construção de um presídio e uma unidade para o regime semiaberto.