Se antes era comum ficar o dia inteiro longe de casa e voltar apenas para dormir após uma rotina intensa, agora, em tempos de pandemia, passamos a prestar mais atenção em cada detalhe e buscar maior aconchego, principalmente quem trabalha de casa.
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Escolher uma nova moradia é uma das decisões mais importantes e difíceis que uma família pode ter. Mesmo para uma de quatro pessoas, as opções mudam de acordo com as idades dos ocupantes, preferências no imóvel, rotina e estilo de vida. Tudo isso de acordo com o orçamento previamente estipulado pelo casal, pois não adianta achar o lar dos sonhos, mas não ter condições para bancar o aluguel ou as prestações do financiamento. A expectativa em relação ao tempo de permanência também muda, principalmente quando o apartamento é alugado.
Após definir o tempo no local, os clientes precisam avaliar a infraestrutura do imóvel, do condomínio e da região escolhida. Quanto maior o empreendimento, a unidade tende a ficar mais cara. No caso de um casal com dois filhos pequenos, um apartamento confortável com dois quartos possui em média entre 65 m² e 75 m² nas grandes cidades, mas tende a aumentar de tamanho no interior. Essa é uma opção se o orçamento for mais apertado e o casal definir que os filhos devem dividir o cômodo, mas não é a mais indicada.
Dioner Segala, gestor de uma imobiliária de Caçador, recomenda apartamentos de pelo menos três quartos para uma família de quatro pessoas, pois mesmo com filhos pequenos, eles logo crescem.
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— O tempo passa rápido, em questão de dois anos os filhos vão querer brincar pelo apartamento e vai ser preciso espaço para isso. Com esse número de quartos, o tamanho varia, mas os mais comuns são entre 90 m² e 95 m² — avalia.
Se os filhos forem maiores, sem possibilidade de divisão do quarto, e os pais quiserem um escritório em casa, o apartamento de quatro dormitórios é o mais indicado, com cerca de 120 m².
— Dificilmente é possível fazer um escritório na sala, sempre vai ter alguém brincando ou vendo televisão — pondera Segala.

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Com o trabalho remoto, as pessoas têm procurado imóveis com um quarto a mais ou apartamentos de metragem maior para ter mais espaço de descanso.
Segundo o gestor, a localização tem sido o ponto mais importante na escolha do imóvel, para que o comprador fique perto do trabalho e de boas escolas. Como o trânsito nas cidades não é fácil de lidar, quanto menor a distância percorrida, mesmo de carro, melhor. A recomendação é também analisar qual a infraestrutura próxima, como farmácias e supermercados.
André Luis Ribeiro de Lima, chefe de operações de uma imobiliária digital, também acredita que a família deveria priorizar apartamentos de pelo menos três quartos.
— E depende muito de como eles vão se adaptar. Uma família que está há muito tempo morando em casa não se adapta facilmente a apartamentos pequenos, só se tiver área de lazer —diz
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A cozinha americana, ou em conceito aberto, também entra na pauta. Muitos imóveis novos tendem a não ter uma separação física. Se o apartamento for comprado, o proprietário pode colocar depois, mas não tem muita escolha se for alugado. A separação da área da cozinha e da área de serviço é importante se a família tiver um animalzinho de estimação. Uma caixa de areia com xixi no mesmo local onde se faz a comida está longe de ser agradável.
Para famílias de quatro pessoas, também é comum que o casal tenha dois carros devido a horários distintos de trabalho ou outras atividades. Se esse for o caso, é bom verificar antes o número de garagens, pois depois da mudança, é difícil que o prédio tenha vagas sobrando para aluguel, principalmente em áreas mais próximas do centro das cidades.
Imóvel precisa estar adequado às prioridades da família e estilo de vida
Na hora da escolha, a família deve pensar também em quais atividades costuma realizar durante a semana. Se eles gostam de receber visitas, a sala precisa ser maior; se a preferência for por fazer uma carne assada na brasa, a churrasqueira é item essencial.
A maioria dos apartamentos de três ou quatro quartos, principalmente os mais novos, possui sacada e churrasqueira, mas unidades com preços abaixo do mercado podem não contar com essas instalações.
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De acordo com Lima, as imobiliárias verificaram no último ano um aumento na procura por um quarto a mais para o home office e por churrasqueiras.
— É uma demanda maior nesse momento de isolamento. Também há pessoas que estão trocando de moradia por causa do trabalho remoto ou voltando a morar nas praias e no continente — analisa.

No caso da estrutura dos condomínios, tudo depende da rotina do núcleo familiar.
— Tem gente que prioriza lazer, academia, outras preferem morar na praia e ter um deslocamento maior. O mais importante é a qualidade de vida do cliente — reforça Lima.
Alguns condomínios são praticamente clubes, com salão de festas, piscina, espaço fitness e quadra de esportes. Tudo isso exige manutenção e mais funcionários. O preço final no bolso de cada condômino também varia de acordo com o número de apartamentos que dividem esse valor.
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Mas os especialistas lembram que qualquer infraestrutura influencia no preço a ser pago no condomínio e cabe ao casal avaliar o custo benefício desses melhoramentos.