Com a chegada do verão, pescadores já flagram o mar tomado por águas-vivas em praias de Itapoá, no Litoral Norte de Santa Catarina. Um deles surpreendeu ao pegar os animais “gigantes” com a mão na abertura da temporada do animal no Estado.
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Sergio Bonin costuma pescar na Ilha Itapeva, a aproximadamente um quilômetro da praia. Nesta época, os animais costumam aparecer mais, afirmou ao NSC Total.
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Em um dos vídeos publicados, o pescador mostra a quantidade e tamanho impressionantes de águas-vivas que acabam sendo capturadas na pesca de arrasto. “Terror dos pescadores de arrasto e alegria das tartarugas que fazem a festa, com tanto petisco”, escreveu.
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Apesar de assustar quem assiste em um primeiro momento, o pescador comenta que não tem medo de encostar na água-viva, por ser uma espécie inofensiva.
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— Ela até pode causar uma coceirinha, mas é bem menos do que uma picada de pernilongo — compara.
É comum o aparecimento de águas-vivas nas praias da cidade?
De acordo com a Doutora Luciane Augusto de Azevedo Ferreira, mestre em Zoologia e doutora em Ciências, professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Itapoá é uma cidade onde ocorrem águas-vivas com frequência, principalmente no verão, devido às temperaturas mais quentes da água do mar.
— À medida que vai chegando próximo ao verão, ventos e massas de água de regiões mais quentes se aproximam de Santa Catarina, trazendo esses animais para perto da praia — explica.
A espécie comumente capturada em arrastos é Lychnorhiza lucerna, também conhecida como água-viva-mármore, inofensiva para seres humanos, pois não possui nematocistos, organelas especializadas e “explosivas”, potentes o suficiente para causar ferimentos.
Além de Lychnorhiza lucerna, outras espécies são bem comuns de causar lesões significativas em humanos, como a água-viva-reloginho (Olindias sambaquiensis), água-viva-leite (Chrysaora lactea) e a temida caravela-portuguesa (Physalia physalis), aponta a especialista.
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O que fazer se encontrar uma?
A orientação da Doutora Luciane é que o banhista não se aproxime e não toque no animal. Em caso de acidentes, lavar a região com a própria água do mar e não utilizar água doce para não liberar mais veneno, que deve ser neutralizado por meio de uma compressa de vinagre por aproximadamente 10 minutos.
Ainda, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), em caso de lesão por água-viva, o banhista pode procurar o posto de guarda-vidas mais próximo. Em situações mais graves, uma ambulância pode ser acionada.
*Sob supervisão de Leandro Ferreira






