O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou uma nova mobilização para defender um projeto de lei de anistia de Bolsonaro e de outros acusados de tentativa de golpe após as eleições de 2022 e dos atos de 8 de janeiro. O anúncio foi feito pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, após reunião com o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, e com a bancada do partido. A esposa do ex-presidente, Michelle Bolsonaro, e os filhos Carlos, Jair Renan e Flávio também participaram da discussão sobre o tema. Os parlamentares do PL subiram o tom em defesa do andamento da proposta de perdão ao ex-presidente.

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A prisão preventiva de Bolsonaro, efetuada no último sábado com a condução do ex-presidente a uma sala na Superintendência da Polícia Federal de Brasília, reacendeu a pressão dos bolsonaristas por um projeto em defesa da anistia. O senador Flávio Bolsonaro cobrou que a proposta seja colocada em votação e rejeitou a possibilidade de um acordo em favor da proposta da dosimetria.

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— Não abrimos mão de isentar essas punições absurdas que estão sendo impostas a pessoas inocentes. […] Vamos usar nossos artifícios regimentais para aprovar a anistia. Não temos compromisso nenhum com a dosimetria. Que vença quem tiver mais votos — afirmou.

Ainda não há definição se o texto será levado adiante na Câmara. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto original da anistia, que passou a ser chamado de PL da Dosimetria após ter o texto alterado para apenas revisar as penas dos crimes pelos quais os acusados de golpe foram condenados, sem previsão de perdão das penas, pediu ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) que a matéria seja levada à votação nesta semana. A prisão de Bolsonaro teria sido um “fato novo” para justificar a votação do tema.

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A oposição não deve obstruir os trabalhos da Câmara, como já fez com um motim na mesa diretora da Casa após a prisão domiciliar de Bolsonaro, no início de agosto.

Apesar da mobilização dos bolsonaristas, parlamentares do Centrão passaram a alegar que o vídeo em que Bolsonaro aparece admitindo ter violado a tornozeleira eletrônica teria dificultado as chances de a anistia ou a dosimetria avançar no Congresso. O assunto deve ser discutido na reunião de líderes dos partidos com Hugo Motta nesta terça-feira (25).

Bolsonaro teve a prisão preventiva mantida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento na manhã desta segunda-feira. Ele segue detido na Superintendência da PF no Distrito Federal por garantia de ordem pública e risco de fuga após a convocação de uma vigília em frente à casa do ex-presidente e pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.

* Com informações de CNN Brasil e Folha de S.Paulo