Antes de Nissan e Honda formalizarem um acordo para discutir a integração de seus negócios, um brasileiro para lá de polêmico teceu comentários ácidos sobre a possível fusão. Carlos Ghosn, o ex-chefão da Nissa, disse que a empresa era o lado pequeno e frágil da aliança com a Renault.
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Em entrevista à Automotive News, ele disse que o objetivo da Honda é fazer uma aquisição disfarçada de Nissan e Mitsubishi, mas é ela quem dará as ordens. Já na última segunda-feira (23), em uma entrevista coletiva online, às vésperas do quinto ano de sua fuga do Japão, ele comentou novamente sobre a situação. Para Ghosn, o potencial limitado de sinergia coloca em cheque a fusão de Nissan e Honda.
“Eles são fortes nos mesmos campos. Eles são fracos nos mesmos campos. Há duplicação em todos os lugares. Então, industrialmente, para mim, não faz sentido”, comentou ao grupo de jornalistas do Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão.
Veja fotos de Carlos Ghosn, o ex-CEO da Nissan
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Segundo o ex-executivo, que vive foragido no Líbano, a Nissan pediu ajuda à Honda “em modo de pânico”. Honda, Nissan e Mitsubishi manterão suas identidades de marca após a fusão, compartilhando plataformas e motores para reduzir custos e complexidade. O objetivo é criar um portfólio simplificado que inclua motores a combustão, sistemas híbridos e híbridos plug-in e veículos elétricos. As marcas colaborarão em pesquisa, desenvolvimento e produção, integrando suas cadeias de suprimentos.
Quem é o brasileiro ex-chefão da Nissan
Carlos Ghosn, nascido no Brasil, foi o responsável pela aliança das três montadoras (Renault, Nissan e Mitsubishi) e é considerado um executivo talentoso da Renault e depois o salvador da Nissan na virada da primeira década.
Em 2018, contudo, ele foi acusado de vários crimes, entre eles lavagem de dinheiro, subdeclaração de ganhos e evasão fiscal contra a montadora japonesa. Ghosn negou as acusações, disse que era vítima de uma conspiração, mas ficou preso por quase seis meses. Após pagar uma fiança milionária, teve direito à prisão domiciliar.
Dois dias antes de 2019 terminar, o ex-CEO protagonizou uma fuga espetacular do Japão, escondendo-se em um estojo de instrumento musical, passando por toda a segurança do aeroporto de Tóquio e voando num jato particular até chegar ao Líbano, país onde passou a infância e do qual ele tem cidadania. Ghosn vive em Beirute desde então, considerado um foragido internacional.
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Por Lucia Camargo Nunes da @viadigitalmotorsoficial.
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