A Polícia Civil de Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina, desarticulou um dos núcleos de uma organização criminosa atuante no Estado. Deflagrada na manhã de ontem, após quase cinco meses de investigação, a Operação Reprobus cumpriu 64 mandados de prisão e 36 de busca e apreensão. Liderada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas, a ação visou combater o crime organizado na região.

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Dos 64 integrantes da facção identificados pela polícia, 38 já estavam presos em unidades prisionais nas cidades de Canoinhas, Mafra, Joinville, Chapecó, Jaraguá do Sul, Itajaí e Palhoça.

Dos 26 suspeitos soltos, cerca de 20 foram presos preventivamente pela manhã. As prisões ocorreram em Três Barras, Canoinhas, Joinville e São Francisco do Sul. Segundo o delegado da DIC, Rodrigo Raitez, que coordenou a operação, o número ainda não é exato porque as investigações ainda estão em curso e alguns dos que tem mandado em aberto ainda não foram localizados.

Em Canoinhas e Três Barras as diligências se concentraram, respectivamente, nos bairros de Campo da Água Verde e São Cristovão. Na localidade, a polícia prendeu um homem apontado como responsável pelo comando do abastecimento de drogas no Planalto Norte.

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Conforme a DIC, a institução descobriu a ligação dessa facção em crimes de roubo, tráfico de drogas, homicídios e delitos na região.

– A operação teve o objetivo de identificar o maior número de integrantes que fazem parte de uma organização criminosa que age no Estado, dentro e fora do sistema prisional. E identificamos esse núcleo em Canoinhas e Trâs Barras – destaca o delegado.

Prisões em flagrante

Cerca de 180 policiais civis de todas as regiões de Santa Catarina participaram da ação. Durante as diligências foram apreendidas armas, munições, drogas, dinheiro, celulares e notebooks. Também foram recuperadas cartas e mensagens eletrônicas trocadas entre integrantes da facção, dentro e fora dos presídios. A polícia encontrou ainda um caderno com anotações de finanças do tráfico.

O número de objetos apreendidos não foi contabilizado. O material foi encaminhado ainda ontem para perícia no Instituto Geral de Pericias (IGP).

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Além do cumprimento dos mandados de prisão, foram efetuados quatro prisões em flagrante, três por porte irregular de arma de fogo. Uma mulher apontada como companheira de um homem com mandado de prisão em aberto (não localizado) foi detida por posse de drogas.

Ações criminosas

De acordo com o delegado Rodrigo Raitez, as pessoas identificadas possuem ligação com uma facção criminosa ligada a ataques contra orgãos públicos e agentes de segurança, em Santa Catarina, porém, não há como concluir a participação dessas pessoas detidas com a onda de atentados. A investigação afirma ainda que o grupo criminoso tem ligação com quatro mortes e três tentativas de homicídio ocorridas em Canoinhas e Três Barras no último ano. O motivo das mortes seriam dividas das vítimas com a facção. Um caso de tortura contra uma mulher no bairro São Cristóvão, em Três Barras, também estaria ligado a essa facção.

Todos os presos desta quinta-feira foram encaminhados para a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Canoinhas. Para Raitez, as prisões devem enfraquecer a atuação do grupo na região.

– Vai ser um baque para a organização criminosa, mais especificamente na região de Canoinhas e Três Barras, onde conseguimos identificar as lideranças e tirando as lideranças das ruas. Com certeza até eles se reorganizarem vai levar um certo tempo. Com isso, principalmente o tráfico de drogas tende a diminuir na região – concluiu.

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