A viabilidade e necessidade da construção de uma ponte entre dois municípios do Planalto Norte catarinense foram discutidas em uma audiência pública na segunda-feira (17). Atualmente, o trajeto entre as duas cidades é feito por meio de uma balsa ou por rodovia. Conforme o projeto, a ponte pode reduzir a distância entre Santa Cruz do Timbó, em Porto União, e Vila Nova, em Irineópolis, em 30 quilômetros.
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Mais de 500 moradores da região participaram do debate, realizado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), e contaram o dia a dia das comunidades. De acordo com a Comissão de Transportes, Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura, a região concentra um dos maiores polos de produção agropecuária do Planalto Norte, com destaque para agricultura familiar, pecuária leiteira e silvicultura.
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O empresário Evandro Schimidt, de Santa Cruz do Timbó, conta que empreende no distrito há 25 anos. Ele afirma que o escoamento da produção é prejudicado pela distância entre as duas cidades e pela proibição do tráfego de máquinas agrícolas em rodovias.
— A gente sofre muito com essa balsa. Em dias de muita chuva não podemos usar, às vezes a Marinha põe empecilhos, e os horários de travessia também são limitados. Nossos agricultores sofrem bastante com a passagem de tratores e colheitadeiras. Então, tendo essa ponte, vai facilitar muito a vida de todos, além de melhorar a nossa economia — afirma.
A ligação direta entre os dois municípios reduzirá em até 30 quilômetros o trajeto entre as comunidades, podendo diminuir entre 15% e 20% o custo operacional do setor agrícola local.
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Relevância da obra
A iniciativa partiu do deputado estadual Sargento Lima (PL), após apelo de lideranças comunitárias do distrito de Santa Cruz do Timbó, em Porto União, e de Vila Nova, em Irineópolis.
— Precisamos destacar alguns dados técnicos que são relevantes, como, por exemplo, se considerarmos que hoje uma hora de um caminhão parado — não estou falando de um nove eixos, mas sim de um caminhão normal — custa cerca de R$ 117. Então, quando o caminhão fica parado aguardando para fazer uma transposição, é sinônimo de dinheiro perdido — destacou o deputado.
Segundo estimativas das duas cidades, famílias utilizam diariamente as rotas entre Porto União e Irineópolis para acesso a serviços de saúde, educação, comércio, transporte escolar e escoamento de produção.
Audiência pública
O balseiro Eusébio Kuhler também participou da audiência pública e se mostrou feliz em debater a obra:
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— Estou há 15 anos trabalhando aqui no Rio Timbó, fazendo a travessia, que é puxada no braço mesmo. Todos os dias levo de um lado para o outro trator, colheitadeira, plantadeira e carro pequeno. Caminhão até não passa muito porque não pode muito peso. Então, a ponte é uma realidade muito esperada por todo mundo da comunidade — enfatizou para a Alesc.
Durante a audiência, um impasse também foi discutido, a localização para a construção da ponte. Hoje, além da balsa que faz a travessia entre as comunidades tema do debate, os municípios contam ainda com a balsa que liga as comunidades de São Pedro do Timbó, em Porto União, a Bela Vista, em Irineópolis.
O debate sobre a localização da obra foi levantado pelo prefeito da cidade de Irineópolis, Juliano Pozzi Pereira (PSDB). Ele defende a construção da ponte de forma que atenda ambas as comunidades.
Ao final da audiência, o deputado Sargento Lima colocou em votação pelos participantes o local ideal para a construção da ponte. Com a maioria dos votos, a população presente optou pela obra na comunidade sede da audiência, Santa Cruz do Timbó, ligando à Vila Nova.
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