Florianópolis comemora, em 2024, os dez anos do programa de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), uma iniciativa pioneira que transformou a gestão de resíduos sólidos na capital catarinense. Implantados em 2014 com apenas 10 unidades, os PEVs se tornaram referência nacional na boa gestão e reciclagem de vidro.
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Através dos PEVs, as pessoas podem depositar, de forma voluntária, os resíduos para reciclagem. No decorrer dos anos, o projeto foi expandido em toda a capital catarinense, e em 2021, a coleta de embalagens de vidro passou a ser realizada de porta a porta em comércios e condomínios multifamiliares, complementando o serviço de coleta seletiva de vidros já em operação. Em 2023, mais de 2 mil toneladas foram coletadas nos 245 PEVs distribuídos pela capital.
Hoje, com 296 contêineres estrategicamente distribuídos pela cidade, o programa reflete o compromisso de Florianópolis com a sustentabilidade. Os PEVs têm como principal objetivo recolher embalagens de vidro pós-consumo, como garrafas, potes, frascos e espelhos quebrados, para reintroduzi-las na cadeia produtiva. Por ser um material 100% reciclável que não perde a qualidade ao ser reutilizado, o vidro torna-se sustentável e economicamente inteligente ao ser reaproveitado.
Além disso, os PEVs oferecem uma alternativa sustentável e correta para o descarte de vidro, o que evita o descarte em aterros sanitários ou na natureza. Como o material não se decompõe, ele pode permanecer intacto por milhares de anos se descartado de forma incorreta. Após a coleta dos vidros, o material é doado a unidades de triagem parceiras do programa de coleta seletiva municipal, gerando emprego e renda a cerca de 200 famílias.
PEVs transformaram a gestão de resíduos
Após a implantação, os PEVs representaram um diferencial expressivo para a gestão de resíduos em Florianópolis. Em 2014, no início do programa, a cidade coletava uma média de 3,83 toneladas de vidro por mês. Em 2022, esse número saltou para 1.795,79 toneladas mensais – um aumento de 77 vezes. O crescimento é resultado direto da ampliação da rede de PEVs, aliado ao aumento da conscientização da população sobre a importância da reciclagem.
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Além disso, os índices de recuperação do vidro também melhoraram com o andamento do projeto. No início, boa parte do material coletado não era reaproveitado. Hoje, o programa garante a reciclagem de uma parcela significativa do vidro coletado, mostrando como as iniciativas de gestão de resíduos podem evoluir com planejamento e engajamento comunitário.
Impactos ambientais e sociais
Os benefícios do programa vão além da preservação ambiental. Atualmente, cerca de 200 famílias trabalham em unidades de triagem parceiras do programa de coleta seletiva municipal. O vidro coletado nos PEVs é doado a essas unidades, onde é triado e preparado para comercialização como matéria-prima. Esse processo gera renda e empregos, reforçando a importância social do programa.
O vidro reciclado é vendido a vidrarias que o utilizam na fabricação de novos produtos. Como o material pode ser reciclado infinitas vezes sem perder suas propriedades, ele representa uma fonte de matéria-prima sustentável e eficiente. No entanto, para garantir a qualidade do produto final, é essencial que os resíduos sejam descartados corretamente, evitando a mistura com materiais não recicláveis, como cristais, lâmpadas, cerâmicas e porcelanas.
O que pode ser descartado nos PEVs?
Podem ser descartados nos contêineres garrafas de bebidas, potes de alimentos, frascos de cosméticos, copos, taças e espelhos quebrados. Esses itens devem ser depositados limpos, vazios e sem tampas. Não são permitidos resíduos como lâmpadas, caixas ou sacolas plásticas, cerâmicas, porcelanas, papel e metal.
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Para garantir a qualidade no processo de reciclagem, é importante fazer a separação correta do material. Além disso, é recomendado que os recipientes estejam sempre limpos, vazios e sem tampas. É possível entregar vidros quebrados nos PEVs.
Programa segue crescendo
Em 2023, Florianópolis recebeu a doação de 300 novos contêineres da Verallia, uma das principais fabricantes de vidro do mundo. Os objetos serão utilizados, de forma gradativa, para aumentar o número de espaços já disponíveis para o descarte correto de vidro. A previsão é que a instalação total finalize em até três anos.