A mobilidade urbana é um dos problemas enfrentados pela população de Chapecó. Com uma frota de mais de 215 mil veículos, a cidade no Oeste de Santa Catarina ocupa a quarta posição entre os municípios catarinenses com o maior número de carros, atrás apenas de Joinville, Florianópolis e Blumenau.

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A mobilidade urbana foi um dos temas mais votados pelos catarinenses no projeto SC Ainda Melhor, lançado pela NSC Comunicação na segunda-feira (2). A iniciativa buscou ouvir a população, por meio de uma enquete no NSC Total e no g1, quais são os problemas mais relevantes nas cidades de Santa Catarina.

Em Chapecó, foram ouvidas as seguintes entidades: Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Observatório Social, Unochapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Aurora Cooperativa, representando o setor do agronegócio.

As prioridades da cidade dentro do quesito mobilidade ficaram definidas como:

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  • Ampliar o projeto de alargamento de ruas da cidade;
  • Implantar melhorias na mobilidade da região da Efapi. Apresentar e implementar um plano para melhorar o trânsito com o aumento do fluxo de carga;
  • Investir em readequação e construção de novos viadutos;
  • Adotar tecnologia e sistemas de semáforos inteligentes para melhorar a fluidez do trânsito;
  • Ampliar as vagas de estacionamento em locais estratégicos, com preços acessíveis à população.
Congestionamentos são frequentes na região central de Chapecó (Foto: NSC TV)

Problemas no Centro

Em Chapecó, a alta concentração de veículos na área central agrava os problemas de trânsito. Entre os trechos de maior movimento estão as avenidas Nereu Ramos, Fernando Machado e Getúlio Vargas. Na região do Ecoparque, por exemplo, no mês de julho foram registradas mais de 900 mil passagens de veículos.

O alto volume de carros na região reflete em vários problemas. Transeuntes relatam congestionamentos, dificuldades de estacionar e danos no asfalto.

Além das dificuldades no trânsito, as calçadas da cidade também estão longe de ser ideais. Em áreas como a Avenida Fernando Machado, desníveis e falta de manutenção tornam o deslocamento a pé um desafio.

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Bairro Efapi é um dos mais impactados pelos problemas de mobilidade (Foto: NSC TV)

Situação na Efapi

O bairro Efapi, que abriga cerca de 100 mil pessoas, é um dos mais impactados pelos problemas de mobilidade do município. Para os moradores que precisam acessar o Centro, o trajeto é cheio de desafios. Os congestionamentos são comuns no trecho e também há registros de acidentes.

Também é no bairro onde estão duas das maiores universidades do Oeste catarinense. A área também é caminho de agroindústrias e outras grandes empresas e, por isso, é bastante usada por veículos de carga.

Soluções para a cidade

Para facilitar o acesso de carretas e caminhões ao bairro, existe o Contorno Viário Oeste, que liga a SC-480 à Avenida Senador Attílio Fontana, e a Avenida Leopoldo Sander, canal direto com a BR-480. Ainda assim, Helon Rebelatto, presidente da Acic, ressalta que novas vias de acesso e melhorias na infraestrutura são essenciais para garantir a fluidez no trânsito.

— Precisamos encontrar um trânsito alternativo para as pessoas virem ao Centro do Efapi. Para o transporte de carga, o que precisamos é a continuação do Contorno Viário Extremo Oeste e precisamos que seja construído um Contorno Viário Leste, também puxando o desenvolvimento para a região Leste da cidade — diz.

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No entanto, a expansão urbana de Chapecó encontra limitações geográficas, como aponta Gabriela Borges, mestra em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais:

— A cidade tem restrições de crescimento devido ao relevo e à área de captação do Lajeado São José, o que agrava os problemas de mobilidade, especialmente na conexão entre o Oeste e o Centro.

Gabriela reforça a importância de envolver a população na elaboração e revisão do Plano de Mobilidade Urbana para que as mudanças sejam compreendidas e aceitas.

— Quando a população participa do processo de elaboração, revisão ou até implementação de um plano de mobilidade, por exemplo, ela se sente pertencente a esse processo — pontua a especialista.

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