Entre setembro e outubro a produção industrial catarinense recuou 2,1%, após crescer 0,3% em setembro. Foi o pior índice para o mês de outubro no Estado desde o começo da série histórica, em 2002. Dos 14 locais pesquisados, foi o sexto pior número. No ano, Santa Catarina acumula queda de 4,2%. Os dados da produção industrial regional foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Em nível nacional, houve redução de 1,1% em outubro, e o acumulado dos nove primeiros meses é de – 7,7%, conforme publicado anteriormente.
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Apesar de não ter tido resultados expressivos em agosto e setembro, os números foram melhores que em 2015, o que não ocorreu em outubro, que registrou recuo de 4,9% em relação ao mesmo mês no ano passado.
Ao longo deste ano, a indústria de Santa Catarina vem sofrendo perdas em diversas frentes, com quedas em importações, exportações e vendas. Apesar disso, tem o melhor resultado do Brasil em saldo de empregos, com 5,1 mil admissões a mais que demissões de janeiro a outubro.
Embora os resultados sejam ruins quando analisados no contexto do seu histórico, a indústria catarinense se abalou menos com a recessão na comparação com outros Estados, especialmente por ser bastante diversificada. Enquanto setores como metalurgia e mecânica vão mal, têxteis e alimentos se saem bem mesmo na crise.
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A resiliência e a confiança do empresário daqui também ajudam a explicar o bom saldo de empregos – desde agosto é positivo o índice de confiança do industrial catarinense. Em algumas grandes empresas do Estado optou-se por reduzir jornada em vez de cortar postos de trabalho. Os empresários fizeram e seguem fazendo ajustes, mas acreditam na melhora.
A expectativa da Federação das Indústrias do Estado de SC (Fiesc) é que em 2017 haja uma retomada da economia, ainda que de forma lenta. Em coletiva de imprensa na sede da entidade nesta quinta-feira, o presidente, Glauco José Côrte, voltou a afirmar que a economia brasileira depende das reformas (da previdência, trabalhista e a PEC do corte de gastos) e da estabilidade política para voltar a caminhar normalmente.
Produção de alimentos segue positiva
Em outubro, dez das 12 atividades investigadas apontaram redução na produção. As principais influências negativas sobre o total da indústria vieram do vestuário e acessórios (-7,7%) e de produtos de metal (-18,9%). Por outro lado,o principal impacto positivo foi registrado pelos têxteis (4,4%), impulsionados pela maior fabricação de roupas de cama e banho.
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No acumulado do ano, os piores desempenhos foram dos produtos de metal (-21,0%), de metalurgia (-14,3%), de minerais não-metálicos (-13,1%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,0%). Já as influências positivas sobre o total da indústria para o período de janeiro a outubro vieram dos setores de alimentos (3,3%) e de máquinas e materiais elétricos (4,2%).
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Indústria de SC lidera em empregos no país, mas ainda patina em produção