Um passeio no fim de semana, uma consulta no dentista, roupas para a nova estação, alguém para ajudar a fazer as tarefas escolares. Parecem coisas simples na rotina diária da maioria das pessoas que têm filhos pequenos. Porém, para 12 crianças e adolescentes que vivem em abrigos de Itajaí isso é, por vezes, apenas um desejo. Mas um projeto de apadrinhamento do Poder Judiciário está tentando oferecer a esses pequenos a oportunidade de convivência familiar e comunitária.
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Atualmente, a cidade tem cerca de 40 crianças e adolescentes vivendo em abrigos devido ao afastamento da família biológica por algum motivo. Mas nem todos, no entanto, têm boas expectativas de encontrarem um novo lar. É o caso daqueles com algum tipo de doença, grupos de irmãos ou com mais idade, explica o juiz Fernando Machado Carboni. Por isso, o foco do projeto é justamente aqueles que tem “remota chance de adoção”, nas palavras do próprio magistrado.
— O apadrinhamento é um gesto de empatia e cidadania. Ele não substitui a adoção, mas cria oportunidades reais de afeto, apoio e referência para crianças e adolescentes que, muitas vezes, não enxergam perspectiva de futuro fora da instituição — argumenta a promotora da Vara da Infância e Juventude de Itajaí, Chimelly Louise de Resenes Marcon.
Como ser um padrinho ou madrinha
O processo de habilitação para ser padrinho ou madrinha de uma pessoa acolhida em abrigo inclui uma avaliação da equipe técnica do Poder Judiciário, entrevistas e capacitação dos interessados. Podem se candidatar pessoas com mais de 18 anos e que não estejam na fila de adoção.
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Há três modalidades de apadrinhamento previstas no projeto:
- Afetivo, com convivência direta e vínculo emocional
- Prestador de serviços, voltado a profissionais que possam contribuir com conhecimento
- Provedor, com apoio material ou financeiro a demandas específicas da criança ou adolescente
Os interessados podem entrar em contato com a Vara da Infância através do telefone (47) 3261-9474 ou do e-mail itajai.social@tjsc.jus.br.
— O primeiro passo é procurar o serviço de assistência social forense no Fórum de Itajaí. Então, será entregue a lista de documentos que a pessoa precisa apresentar, o formulário para ser preenchido, e daremos continuidade ao procedimento — detalha o juiz Carboni.
O projeto de apadrinhamento segue os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que reconhece a importância de vínculos externos à instituição para o desenvolvimento saudável dos jovens acolhidos. A iniciativa, em vigor desde 2021, tem se mostrado eficaz na promoção de autoestima, estabilidade emocional e inserção social de meninos e meninas que enfrentam contextos de vulnerabilidade.
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— Apadrinhar é criar laços, abrir caminhos e transformar realidades — frisa a promotora Chimelly.
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