Parafraseando o filósofo grego Epicteto, “só a educação liberta”. E no universo feminino, essa frase é também de empoderamento. Há 48 anos, a educadora Neide Bunn Gugelmin acredita e defende o poder transformador do aprender.
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Sexo forte, as mulheres não fogem à luta diária em perceber-se na condição de ser humano. Para Neide, a mulher possui um papel que é só dela. Como pessoa tem que cuidar de si, armazenar-se de sentimentos, buscar conhecimento. E assim, com este empoderamento, ela exerce a sua função na família e na sociedade.
Aos 71 anos, a empresária foi uma das fundadoras de uma escola Montessoriana em Lages, na Serra Catarinense, onde ainda atua como diretora. A educadora analisa que o tempo que se dedicou a participar da construção de uma sociedade lhe trouxe mais benefícios do que pode um dia imaginar.
— Eu aprendi muito com os meus erros. Isso me deu uma maturidade que hoje me permite olhar o passado, reconhecer as pessoas que caminharam comigo e ajudaram a me tornar quem eu sou. Ao mesmo tempo, reconheço o meu papel como agente transformador desta sociedade. E, posso dizer como mulher, esposa, mãe e profissional, que me sinto uma pessoa realizada — destaca a educadora.
E, por falar em passado e em transformação, Neide resgata a importante contribuição da mulher na sociedade a partir dos anos 50.
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— Na Segunda Guerra Mundial, a mulher foi solicitada pela indústria bélica para trabalhar em diferentes frentes. Isto deu para essa mulher a condição de perceber-se em suas possibilidades. Ela sai, então, daquele ambiente definido como dona de casa e passa a reconhecer seu valor — explica Neide.

E foi também a partir desse momento, que a mulher passou a ficar mais tempo em sala de aula, alcançando níveis de estudos que até então eram só para homens.
— Na referência que eu tenho de Maria Montessori, primeira médica italiana, ela tinha que fazer as aulas de anatomia num sábado a tarde sem a presença de homens. Hoje, sabendo o quanto essas mulheres enfrentaram os desafios de uma sociedade extremamente machista, reconheceram seu valor e foram em busca da sua realização pessoal e profissional, temos a certeza de que elas só puderam fazer isso, por meio da educação — reforça.
Para a educadora, a voz da mulher é capaz de transformar vidas. Mas, é preciso que essa mulher se coloque em primeiro lugar, cuide de si, do corpo físico, da mente e do espirito.
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— Quando você sabe o que você quer, você vai em busca. Eu diria para as mulheres que não se diminuam. Sempre vão encontrar uma forma de contornar as dificuldades e chegar lá — finaliza Neide.
Assista a entrevista completa da educadora para o projeto “Ser mulher é”: