A egressa Joana Albano, do curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Joinville, tem trilhado uma trajetória de sucesso desde sua formação. Há dois anos, a engenheira vive um sonho ao trabalhar no Centro Aeroespacial Alemão, uma das referências mundiais no setor.
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Natural de Curitiba, Joana morou grande parte da sua vida em Chapecó, no Oeste catarinense, e mais tarde se mudou para Joinville para cursar a graduação. Atualmente com 26 anos, a engenheira conta que ainda na infância já adorava aviões, uma paixão que anos depois soube ser de família.
— Até descobri mais tarde que o meu bisavô também era apaixonado por aviões. Ele ia para o aeroporto só para ficar vendo (os aviões) decolarem — conta.
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Além disso, Joana também sempre gostou de matemática e física no ensino médio. Ao planejar seu futuro, ela descobriu o curso de Engenharia Aeroespacial e viu a oportunidade de aliar sua paixão com seu futuro trabalho.
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— Não é um curso muito comum, as pessoas não conhecem muito. Enfim, na época eu descobri (o curso) pela internet mesmo. Prestei o vestibular da UFSC e passei — explica.
Os profissionais formados em Engenharia Aeroespacial trabalham no desenvolvimento e avaliação de sistemas associados a veículos aeroespaciais, como jatos, foguetes, aviões e outros. Além disso, também têm capacidade de atuação em diversos setores da engenharia, já que durante o curso os alunos desenvolvem uma forte base mecânica.
Durante os primeiros anos do curso, Joana entrou em contato com matérias comuns às engenharias, chamado ciclo básico, e depois se aprofundou nas disciplinas específicas da Engenharia Aeroespacial.
De estudante ao sucesso na carreira
Atualmente, Joana vive a realização de um sonho. Há dois anos, a engenheira trabalha no Centro Aeroespacial Alemão (DLR), com o foco em reduzir o impacto ambiental causado pela aviação. Para ela, o período na universidade contribuiu de várias formas para alcançar o emprego dos sonhos.
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— Eu acho que o curso da UFSC me motivou bastante, parece meio clichê falar isso, mas eu acho que os professores foram grandes motivadores para mim, principalmente do ciclo específico, dos dois últimos anos. (…) Eu fui me apaixonando muito pelas matérias. Eu lembro que a minha favorita foi aerodinâmica na época — relembra.
Antes de trabalhar como engenheira aeroespacial na DLR, Joana já tinha participado de um estágio internacional na mesma empresa. Na época, ela tentou a oportunidade mais de uma vez até ser selecionada.
— Eu apliquei várias vezes para vir para cá e eu lembro que fiquei muito devastada, porque é muito ruim quando você aplica em uma coisa e você não passa. Mas sempre devemos continuar tentando e não desistir, porque uma hora vai aparecer uma coisa bem legal e que vai se encaixar — conta, além de aconselhar quem passa pela mesma situação.
Durante o estágio, ela morou um ano e meio na Alemanha e, quando voltou ao Brasil, deu mais um passo importante na carreira. Em 2022, Joana foi contratada como engenheira pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), empresa aeroespacial brasileira referência no mundo todo. Ela conta que esta é uma das suas memórias mais marcantes e especiais.
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— Quando eu passei na Embraer como engenheira eu não acreditei. Eu recebi a ligação do RH que eu tinha passado, que eles estavam me oferecendo a vaga, e eu demorei alguns minutos para acreditar assim, porque o começo do curso foi um pouco difícil. (…) Foi muita realização para mim, porque quando eu me mudei para São José dos Campos (cidade paulista onde fica a sede da Embraer), eu lembro que eu ficava até emocionada de ver quantos aviões passavam por cima do meu prédio todo dia — conta.
Joana trabalhou por 10 meses na Embraer até receber a proposta do seu emprego atual na Alemanha. Durante o desenvolvimento do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), ainda no estágio anterior no Centro Aeroespacial Alemão, a engenheira já havia buscado uma vaga efetiva, mas não teve sucesso na época. Mais tarde, o currículo repleto de experiências valiosas foi essencial para conquistar uma nova vaga que surgiu no setor de sustentabilidade da empresa.
Paralelo ao trabalho no Centro Aeroespacial Alemão, Joana ainda faz mestrado em Engenharia Aeroespacial pela universidade alemã RWTH Aachen. Para o futuro, o objetivo é ingressar em um doutorado.
O espaço das mulheres na engenharia
Em 2019, ainda como estudante da UFSC em Joinville, a engenheira foi co-fundadora de um fórum na universidade sobre a presença feminina nos cursos de engenharia.
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— Era um espaço de acolhimento, mas de conversa e troca também. Não só entre as alunas, mas também com as assistentes administrativas, com as professoras, enfim. Nós percebemos que não tínhamos esse lugar, para poder conversar ou se ajudar e então decidimos fundar o fórum — conta.
Além de Joana, as estudantes Ana Carolina Albino, Mariana Sabra, Luana Gomes e Stephanny Nogueira também fizeram parte da criação do projeto, que continua ativo até o momento.
A ex-moradora de Joinville afirma ser muito comum ter as mulheres como minoria em cursos de engenharias e áreas semelhantes. Após vários desafios que enfrentou ao longo da sua carreira até atingir o sucesso profissional e realização pessoal, Joana inspira e aconselha as meninas que sonham em cursar alguma engenharia.
— Em primeiro lugar, manter a cabeça erguida, saber que estamos ocupando o lugar que tem que ser ocupado. Não estamos ali por coincidência, não é um erro na “Matrix” ou no sistema, estamos ali porque temos que estar. Eu acho que cada vez mais temos que continuar ocupando esses lugares — finaliza.
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Antonietas
Antonietas é um movimento da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira
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