A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga o suposto abate irregular de cães na Secretaria de Bem-Estar Animal de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Seis mandados de busca e apreensão são cumpridos na manhã desta quinta-feira (4). As informações são do g1.
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Segundo a delegada Luciane Bertolletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, a investigação começou após a constatação de que o número de eutanásias no local estava acima do esperado. Uma das pessoas, que é alvo da investigação, estaria resgatando cães e usando os animais na internet para pedir doações via PIX. Depois, eles eram eutanasiados usando a estrutura da secretaria. A Polícia Civil encontrou R$ 100 mil em dinheiro na casa dela.
— Ocorria ali uma matança desmedida de cães. O motivo? Ganho financeiro de uma das investigadas. Identificamos que ela, que tinha cargo de gestão, recolhia animais doentes na rua, postava em suas redes sociais para pedir depósitos via PIX a título de tratamento e, depois de um tempo, esses animais simplesmente sumiam — disse a delegada.
De acordo com a RBS TV, a investigação se concentra no período em que a protetora de animais Paula Lopes era secretária da prefeitura, entre dezembro de 2024 e 18 de agosto de 2025. Um dos alvos dos mandados da Polícia Civil é a sede da secretaria, onde os agentes procuravam documentos e registros de entrada e saída de animais.
Também há mandados em três endereços ligados a Paula: a residência dela, na Zona Sul de Porto Alegre; um sítio no Extremo Sul da Capital, onde está registrada a “Associação Nacional Instituto Paula Lopes”; e outro sítio que pertence a uma familiar dela. A polícia também faz buscas na casa de uma médica veterinária que atuava junto à secretária e na de um homem suspeito de transportar os restos mortais dos animais.
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O g1 tentou contato com a defesa de Paula e com a prefeitura de Canoas, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Caminhonete passava para buscar corpos dos cães
As primerias denúncias partiram de servidores da secretaria, segundo Vladimir da Silva, presidente da Rede de Proteção Ambiental e Animal (Repraas), ONG que apoiou a investigação da Polícia Civil. Um funcionário chegou a preparar um dossiê com fotos dos cães que desapareceram. De acordo com a investigação, eram animais recolhidos pela secretaria que não tiveram destino registrado.
— Toda semana, uma caminhonete passava e retirava os corpos dos cães mortos, levando para descarte sem que fosse documentado — relatou.
Além da coleta de documentos, a polícia busca os registros de microchip dos animais mortos. Todos os cães e gatos encontrados na sede da secretaria estão sendo catalogados pelos investigadores.
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