A segunda vítima de intoxicação por metanol, confirmada pelo governo de São Paulo, neste sábado (4), é Marcos Antônio Jorge Junior, de 46 anos, que morreu a última sexta (2) após ser internado em estado grave. As informações são do g1.
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Marcos bebeu vodca em uma bar da Zona Leste de São Paulo no dia 28 de setembro. Ele estava acompanhado de amigos, mas foi o único a ingerir destilado, enquanto os colegas consumiram cerveja, segundo boletim de ocorrência do caso.
Na manhã do dia 29 de setembro, Marcos começou a passar mal, teve náuseas e ficou com a visão turva. Ao longo do dia, os sintomas se agravaram e evoluíram para fortes dores no estômago e vômitos constantes. Ele pediu ajuda à companheira durante a tarde e foi levado ao Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio, no Tatuapé, onde deu entrada em estado grave.
Marcos ficou três dias internado e morreu em 2 de outubro. O laudo médico registrou como causas possíveis da morte: “intoxicação por metanol, insuficiência renal aguda, choque distributivo e morte encefálica”.
O corpo de Marcos foi sepultado na tarde deste sábado (4), no Cemitério São Pedro, na Zona Leste de São Paulo.
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O caso de Marcos é a segunda morte confirmada por intoxicação por metanol no Brasil. A primeira foi a do empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, também de São Paulo, que passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois, em 16 de setembro.
Outras sete mortes com suspeita de intoxicação de metanol estão sendo investigadas pelo governo de São Paulo. De acordo com a Secretaria da Saúde, ao todo, são 162 registros, sendo 14 casos confirmados (incluindo dois óbitos) e 148 casos ainda em investigação, com sete mortes suspeitas nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo e Cajuru.
Sinais de alerta do metanol
127 casos no brasil
Na manhã deste sábado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o país tinha 127 casos confirmados e suspeitos de intoxicação por metanol. O ministro declarou ainda que ao menos 12 estados apresentaram suspeitas e 11 casos foram confirmados.
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Até o momento, não há um detalhamento de quais estados entraram na nova lista, mas já se sabe que a maior parte das notificações continua concentrada em São Paulo.
Na ocasião, o Ministério reforçou ainda o plano de tratamento declarando que adquiriu mais 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2.500 tratamentos com fomepizol — antídoto à intoxicação por metanol, considerado mais moderno que o etanol farmacêutico. Segundo a CNN, a fornecedora será a empresa sediada em Tóquio, de mais de 100 anos de atuação internacional, especialmente nas áreas oncologia, de doenças cardiovasculares e inovação farmacêutica.
Alerta em SC
Em Santa Catarina, a Polícia Científica possui um laboratório para analisar a substância nas bebidas. Além disso, o Procon de Santa Catarina vai fazer um treinamento específico para combater a comercialização de produtos falsificados. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) também realiza uma série de treinamentos para que empreendedores identifiquem bebidas falsificadas.
Por enquanto, não há caso suspeito de intoxicação por metanol em Santa Catarina. Porém, os casos registrados em todo o país acendem um alerta e preocupam quem deseja beber um drink. Os órgãos de fiscalização estão mobilizados para fiscalizar possíveis casos de adulteração em bebidas.
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A Secretaria de Saúde de Santa Catarina afirmou que está preparada para atender a população em casos suspeitos, e reforçou que por enquanto o Estado não registrou nenhum caso de intoxicação exógena relacionado ao metanol.
— Cabe ressaltar que Santa Catarina tem uma rede que está preparada para esses casos de intoxicação, inclusive com antídoto paratal. O governador Jorginho Melo convocou todas as áreas envolvidas, Procon, Polícia Civil, Secretaria de Saúde, todos que fazem parte desse ecossistema em possíveis casos de intoxicação, para que a nossa resposta seja o mais rápido possível caso isso ocorra — disse o secretário de Saúde de SC, Diogo Demarchi.
Indústrias de bebidas localizadas em Chapecó e Joinville foram alvo de uma ação de fiscalização na manhã desta sexta-feira (3). A ação desta sexta foi comandada pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Além de Joinville e Chapecó, as fiscalizações ocorreram no interior de São Paulo, na região de Campinas, e em Minas Gerais, no município de Poços de Caldas.
Durante as diligências, foram coletadas amostras representativas dos produtos produzidos e armazenados, que serão encaminhadas a laboratórios para análise químico-sanitária. As verificações buscam identificar a conformidade dos insumos utilizados, a eventual presença de substâncias proibidas ou em concentrações acima dos limites legais, além de avaliar a rastreabilidade dos lotes e a responsabilidade pela fabricação ou manipulação.
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