Um dos cinco mortos na operação da Polícia Civil na Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul do Rio, na última terça-feira (15), foi denunciado anos atrás por Joana Zeferino da Paz, a idosa que inspirou a personagem principal do filme Vitória, interpretada por Fernanda Montenegro. As informações são do g1.

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William do Amaral Gomes, conhecido como Marmitão, foi morto durante a ação policial que buscava prender os assassinos do policial civil João Pedro Marquini, marido da juíza Tula Mello. O casal havia sido rendido por assaltantes em 30 de março, e Marquini foi morto ao tentar reagir.

Marmitão era um dos líderes do tráfico no Tabajaras, favela localizada entre Botafogo e Copacabana. Segundo apuração da TV Globo, ele era tio de outro traficante morto na mesma operação, Vinicius Kleber Di Carlantonio Martins, o Cheio de Ódio. Além dos cinco mortos, quatro pessoas foram presas, incluindo um dos suspeitos do latrocínio.

Quem foi a “Dona Vitória”

Nos anos 2000, Joana Zeferino da Paz, uma aposentada alagoana, começou a filmar da janela de seu apartamento a movimentação de traficantes na Ladeira dos Tabajaras. Suas gravações levaram à prisão de mais de 30 pessoas, entre criminosos e policiais corruptos. Marmitão foi um dos denunciados com base nessas imagens.

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O caso foi revelado em 2005 pelo jornal Extra. Joana morreu na Bahia, após 17 anos vivendo sob um anonimato forçado, por questões de segurança.

Joana nunca pôde revelar publicamente sua identidade em vida. Sua história foi contada no filme Vitória e no livro Dona Vitória Joana da Paz, do jornalista Fábio Gusmão, que fez a reportagem na época e seguiu acompanhando o caso.

Como foi o caso

Joana morava em um apartamento na Praça Vereador Rocha Leão, de fundos, que dava para a Ladeira dos Tabajaras. Pela janela, começou a ver a movimentação de traficantes em uma boca de fumo.

O Extra apurou que ela entrou com uma ação contra o estado devido à desvalorização de seu imóvel. A ideia de filmar veio para desmentir a alegação, dentro da ação judicial, de um coronel da PM, que disse que a moradora mentia sobre a existência do tráfico, que seria combatido pelo batalhão.

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Joana decidiu, então, comprar uma câmera e gravar as cenas que via diariamente. Nas imagens, era possível ver traficantes armados e vendendo drogas. As fitas foram entregues à Polícia Civil, que deu início à investigação.

Além dos traficantes, foram condenados policiais militares por omissão e pelo recebimento de propinas para fazer vista grossa para o crime organizado.

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