O agente da Polícia Federal (PF) Wladimir Matos Soares, preso na última semana por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, teria se infiltrado na segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para repassar informações sensíveis ao grupo golpista. Os detalhes da atuação dele e do grupo foram revelados nesta terça-feira (26), após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o sigilo do relatório da PF sobre o inquérito do golpe. As informações são do g1.
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A PF analisou materiais apreendidos que estavam com Sérgio Rocha Cordeiro, capitão da reserva do Exército e assessor especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República.
De acordo com a investigação, Wladimir deu detalhes estratégicos sobre o esquema de segurança de Lula. Em um áudio enviado a Sérgio Cordeiro, Soares descreve movimentações específicas da equipe de segurança: “(…) como rolou aquela situação no prédio da Polícia Federal, ontem, eles acionaram a equipe do COT. E uma equipe do COT, como o LULA estaria ali no prédio, né, do, do MELIÁ, é… uma equipe do COT ficou à disposição, próxima. Então, eles hospedaram essa equipe do COT aqui no WINDSOR (…)”.
Em uma mensagem direta, o agente expressou a disposição para atuar em um golpe de Estado. Ele afirma: “Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto p ir ajudar a defender o PALÁCIO e o PRESIDENTE. Basta a canetada sair!”
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Quem é Wladimir Soares
Wladimir Matos Soares, de 53 anos, preso por planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é baiano, natural de Salvador e atua na PF há 22 anos. Ele integrou o setor de inteligência Secretaria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) em 2008 e atuou na PF em Salvador antes de ser transferido para Brasília. Durante a transição de governo, ele atuou na segurança do hotel onde a equipe de Lula atuava.
Inquérito do golpe
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) sobre o “inquérito do golpe”, que indiciou 37 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto separa os indiciados em seis núcleos de atuação.
A PF aponta a existência de seis grupos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
- Núcleo de Inteligência Paralela
- Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e apoio a Outros Núcleos
- Núcleo Jurídico
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
- Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado
Nesta terça (26), o documento chegou à Procuradoria-Geral da República (PGR), para apreciação.
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