O homem preso na noite deste sábado (6) em Santa Catarina com R$ 5 milhões em espécie foi identificado como José Oswaldo Dell’Agnolo. Hospedado em um hotel de luxo em Itapema, com vista para o mar, ele era considerado foragido pela Polícia Federal.

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O inquérito, comandado pela PF de Curitiba, aponta que Dell’Agnolo integra um esquema de fraude financeira que deixou mais de R$ 1 bilhão em prejuízos a vítimas em todo o Brasil. Com ele, no quarto de hotel, a polícia encontrou ainda 10 celulares e um notebook.

Ele carregava com ele 1,1 milhão em reais e 721 mil dólares. Na última quinta-feira (4), quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão do caso, identificou que ele fez transferências de R$ 10 milhões antes de fugir. A Justiça, inclusive, autorizou a colocá-lo na lista vermelha da Interpol.

Dell’Agnolo passou por exame de corpo de delito e depois foi levado à cadeia em Itapema.

Integrante de esquema fraudulento de investimentos é preso com R$ 5 milhões em hotel de SC
Foram apreendidos mais de R$ 5 milhões em dinheiro (Foto: PMSC, Divulgação)

Qual é o esquema, segundo a Polícia Federal?

José Oswaldo Dell’Agnolo seria um dos responsáveis pelas empresas Futuree Bank e The Boss, em Curitiba. Segundo a Polícia Federal, essas instituições financeiras eram clandestinas e tinham como objetivo a captação irregular de recursos de investidores. Muitos dos clientes teriam relatado aplicações com valores altos, mas que nunca tiveram os retornos prometidos.

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Assim, o preso e outros investigados teriam cometido crimes contra o sistema financeiro nacional, o mercado de capitais, estelionato, organização criminosa e crimes contra a economia popular. O grupo foi alvo da operação da PF de Curitiba deflagrada na semana passada, batizada de Operação Mors Futuri.

Ao todo, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis dos envolvidos, além de bloqueios de bens na ordem de R$ 66 milhões, incluindo imóveis e carros de luxo. Esse dinheiro pode ser usado para o futuro ressarcimento às vítimas.

As investigações apontam que os grupos utilizavam empresas supostamente vinculadas à área de tecnologia e um banco digital para captar poupança popular. Ofereciam contratos de investimento com promessa de rentabilidade fixa, baixo risco e acima da média de mercado.

Aos investidores, os investigados afirmavam que realizavam operações no mercado financeiro com os recursos aportados, inclusive em plataformas e ativos de renda variável, como forma de justificar os ganhos prometidos. Em alguns casos, a captação era vinculada contratualmente a alegados algoritmos e programas de “inteligência artificial” para operações financeiras.

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As empresas utilizadas e o referido banco digital não possuíam autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central do Brasil (Bacen) para atuar como instituições financeiras ou realizar a oferta pública de tais serviços de investimento.

Recentemente, seus responsáveis teriam deixado de prestar contas, interrompido os pagamentos e passado a ocultar informações e patrimônio. As diligências dão conta de que os grupos chegaram a movimentar, através do sistema financeiro nacional, mais de R$ 1 bilhão.

Veja fotos antigas de Itapema