Uma das figuras de maior destaque na COP30, o ambientalista canadense Paul Watson, já está no Brasil e, durante a visita ao país, o governo do Japão pediu ao Itamaraty a extradição do ativista. A informação foi divulgada pela ONG da qual ele é fundador, a Sea Sheperd, nas redes sociais (veja mais abaixo). Isso acontece porque Watson, conhecido pela oposição à caça de baleias, é alvo de uma ordem de prisão há 15 anos na justiça japonesa.
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“Por mais de quinze anos, Paul enfrenta perseguição jurídica do governo japonês por ter desafiado a caça de baleias nas águas da Antártida”, escreveu a organização nas redes sociais. “Agora, em plena COP30, o Brasil deve decidir: ceder à pressão de um país que ainda caça baleias e persegue ativistas ambientais, ou se posicionar na defesa do planeta e dos defensores da vida”, continuou a ONG.
A declaração não parou por aí. Watson está no Brasil para uma série de atividades voltadas ao meio ambiente e deve participar da COP30, a conferência do clima da ONU. Por isso, a Sea Sheperd escreveu: “O mundo está observando. O Brasil pode — e deve — proteger quem protege o planeta. Esse é o único caminho possível. Se o oceano morre, nós morremos”.
A organização terminou o comunicado informando que havia entrado com um Habeas corpus preventivo e pediu movimentações nas redes sociais.
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Quem é Paul Watson?
Paul Watson é um ativista ambiental canadense, cofundador do Greenpeace e fundador da organização de proteção marinha Sea Shepherd. Ele é conhecido mundialmente por seu ativismo e táticas de confrontação contra a caça de baleias, pesca predatória e destruição marinha.
Ele foi preso na Groenlândia em 2024 após um alerta da Interpol a pedido do Japão, mas foi solto no final do ano. Watson é autor de diversos livros e atua como palestrante internacional.
Proposta de liberar caça comercial das baleias foi rejeitada em SC
Em 2018, Florianópolis foi palco do encontro anual da Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês), também a primeira vez que o evento ocorreu no Brasil. Foi na capital catarinense que a proposta de liberar a caça comercial das baleias foi apresentada pelo Japão e rejeitada pela IWC.
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Na ocasião, foram 41 votos contrários à caça, de países como Brasil, Estados Unidos e Argentina. Houve ainda 27 votos favoráveis, de países como Japão e Islândia, que têm tradição na pesca dos mamíferos. Duas abstenções também foram registradas, da Coreia do Sul e da Rússia.
No mesmo ano, o Japão anunciou que não faria mais parte da IWC. À época do anúncio de saída, o Japão também comunicou que retomaria a caça comercial dos animais nas águas territoriais e na zona econômica exclusiva do país.
O Japão era membro da IWC desde 21 de abril de 1951. A organização foi criada há sete décadas para garantir a preservação desses cetáceos e impedir sua caça indiscriminada nos oceanos. Em 1986, impôs a proibição da caça comercial, depois que algumas espécies foram praticamente levadas à extinção pela pesca predatória.
Em todo o mundo, apenas Japão, Noruega e Islândia ainda permitem a captura predatória do cetáceo em 2025.
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*Com informações do g1
**Sob supervisão de Giovanna Pacheco





