Yahya Sinwar, líder do Hamas, morreu durante uma operação do Exército de Israel que aconteceu nessa quarta-feira (16) na Faixa de Gaza. A morte foi confirmada na tarde desta quinta-feira (17) pelas Forças Armadas e a Autoridade de Segurança de Israel (ISA, na sigla em inglês), por meio de um comunicado que confirmava a operação no sul da Faixa de Gaza e a realização de exames que confirmaram a identidade do líder do grupo terrorista.
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A morte dele colocou fim na “era de Yahya Sinwar”, como foi nomeada a nova gestão por simpatizantes do Hamas. Ela durou pouco mais de dois meses.
Sinwar virou comandante máximo do Hamas em agosto, depois da morte do antecessor, Ismail Haniyeh, que foi alvejado por Israel quando estava em Teerã, no Irã.
A morte de Sinwar é o ataque mais recente israelense contra lideranças do Hamas e do Hezbollah.
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Lista dos líderes do Hamas e Hezbollah que Israel diz ter matado:
- 17 de outubro: Yahya Sinwar, passou a comandar o Hamas após a morte de Ismail Haniyeh;
- 8 de outubro: Hashem Safieddine, apontado como sucessor de Nasrallah no Hezbollah;
- 30 de setembro: Fateh Sherif Abu el-Amin, líder do Hamas no Líbano;
- 29 de setembro: Nabil Kaouk, do Hezbollah, e Ali Karki, comandante do grupo na fronteira sul do Líbano, na divisa com Israel;
- 28 de setembro: Sayyed Hassan Nasrallah (principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo desde 1992);
- 26 de setembro: Muhammad Hussein Srour, comandante do Comando Aerial, do Hezbollah;
- 24 de setembro: Ibrahim Muhammad Qahbisi, chefe do Comando de Mísseis e Foguetes do Hezbollah;
- 20 de setembro: Ibrahim Aqil, chefe de Operações e comandante da Força Radwan, do Hezbollah; e Ahmed Wahbi, comandante também da Força Radwan;
- 31 de julho: Ismail Haniyeh, principal nome do braço político do Hamas, foi morto em Teerã;
- 30 de julho: Fuad Shukr, comandante militar de mais alta patente na organização e chefe da unidade estratégica do Hezbollah;
- 13 de julho: Mohammed Deif, número 3 na escala de hierarquia do Hamas. Ele chefiava as Brigadas Al-Qassam, o braço militar e espécie de forças armadas do grupo;
- 3 de julho: Mohammed Nasser, comandante da unidade Aziz, do Hezbollah;
- 12 de junho: Sami Taleb Abdullah, comandante da unidade Nasser, do Hezbollah;
- março: Marwan Issa, chefe militar do Hamas, era um dos mais procurados por Israel.
- 8 de janeiro: Wissam al-Tawil, comandante da Força Radwan, do Hezbollah.
Antes de virar o comandante máximo do Hamas, Sinwar era o chefe do grupo terrorista na Faixa de Gaza, o que o deixou próximo dos simpatizantes do grupo. Haniyeh, o antecessor, era o oposto: exercia um papel mais político e nunca era visto em Gaza. Ele vivia em Doha, no Catar.
— Sinwar vive com o povo palestino em Gaza. Ele é mais firme do que um líder que vive fora de Gaza — afirmou à Rádio França Internacional um simpatizante do Hamas que vive em Hebrón, na Cisjordânia, quando ele foi nomeado comandante do grupo.
Israel passou mais de um ano “caçando” Sinwar, não só por ele ser estimado pelos simpatizantes do Hamas, mas também por ter liderado os ataques contra Israel de 7 de outubro de 2023. Esse foi o maior atentado em solo israelense, quando o grupo matou mais de 1.200 pessoas e sequestraram centenas de outras.
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— Yahya Sinwar, o líder do Hamas que reacendeu a guerra entre a Palestina e Israel, é um homem morto — disse, na época, Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense.
Quem era Yahya Sinwar
Eleito por votações secretas, Sinwar governou a Faixa de Gaza por seis anos. Antes disso, ele passou 23 anos em prisões israelenses por ter sido condenado a quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados israelenses e de quatro palestinos considerados espiões de Israel.
Em 2011, ele foi libertado com mais 1.026 prisioneiros palestinos, em troca do soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado cinco anos antes pelo Hamas.
Aos 61 anos, Sinwar falava e escrevia hebraico fluentemente — ele já chegou a dizer, inclusive, que se dedicou a estudar o inimigo enquanto estava preso.
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Em 2018, nas negociações para um cessar-fogo com Israel, ele escreveu à mão e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Ela continha apenas duas palavras: “risco calculado”.
Na época, o premiê israelense concordou, então, em permitir a entrada de ajuda financeira regular do Catar a Gaza, em troca de uma trégua frágil com o Hamas. Apesar disso, ele não cedeu às outras exigências, como troca de prisioneiros e levantamento do bloqueio ao enclave.
No final de 2022, em dezembro, quando Netanyahu se preparava para assumir um novo mandato no comando de uma coalizão com a extrema direita, Sinwar previu um confronto aberto em Israel em 2023.
Assim que Israel começou a bombardear Gaza, após a invasão do Hamas a seu território no ano passado, os primeiros mísseis foram direcionados à residência e ao gabinete de Sinwar, mas sem atingi-lo.
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*Com informações do g1 e de O Globo
**Sob supervisão de Andréa da Luz
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