O território de 267,514 quilômetros quadrados no Norte de Santa Catarina se chamava Bananal no início dos anos 1900. Tornou-se a cidade de Guaramirim, como até hoje é chamada, a partir de um decreto estadual em 1943. Ao longo das décadas, o município foi se fortalecendo econômica e culturalmente, ao ponto de, em 2025, receber um investimento de quase R$ 1 bilhão de uma das maiores empresas do mundo na sua área de atuação, a WEG.

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Veja fotos antigas de Guaramirim

Bananal e Guaramirim

Guaramirim foi, inicialmente, um distrito de Joinville (Colônia Dona Francisca). Em 2 de junho de 1919, a região foi denominada como Bananal e ficava localizada onde, atualmente, é ao Centro da cidade. De acordo com a prefeitura, o primeiro nome da região foi Itapocuzinho.

A história da cidade se funde com a de municípios próximos. Em entrevista ao NSC Total em 2024, o historiador no Arquivo Histórico Pastor Wilhelm Lange, Valdinei Deretti, explicou que o povoamento da região ocorreu em contexto semelhante ao de colônias como Joinville, Blumenau e Jaraguá do Sul.

— Todas ligadas à política de imigração do governo imperial brasileiro no século 19. A atual Guaramirim fazia parte do dote da princesa Dona Francisca, portanto, terras da colônia que tinham como sede a atual cidade de Joinville — contou.

A região se tornou destaque após a inauguração da linha férrea e da estação ferroviária, em 1910. Ainda conforme Deretti, o período moldou o que a cidade se tornou hoje, já que a partir dessa época o desenvolvimento de Guaramirim ficou diretamente relacionado à ferrovia.

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— A mudança de nome ocorreu, por decreto, em 1944, onde passou a ser chamado de Guaramirim, mas ainda como distrito de Joinville. A emancipação ocorreu no ano de 1949, depois de disputas políticas na região, tendo Guaramirim como sede e Massaranduba como distrito, além de localidades da atual cidade de Schroeder. Os processos emancipatórios de Massaranduba e de Schroeder ocorrem, respectivamente, em 1961 e 1964, quando Guaramirim passa a ter aproximadamente 268 km² — explicou.

Guaramirim se emancipou em 1949 e completou 76 anos de história em 28 de agosto de 2025.

Habitação centenária

Guaramirim foi formada a partir de diferentes núcleos de povoamento, com forte imigração entre o final do século 19 e início do século 20. Em 1886, uma comunidade religiosa de cerca de 111 pessoas vindas da Alemanha se estabeleceu na região e fundou a comunidade de Brüderthal, atualmente um bairro da cidade.

Apesar do povoamento mais intenso de Guaramirim ter iniciado com a imigração, outros povos também habitaram a terra centenária.

— Com relação à habitação desta região, sabemos, de forma ainda muito superficial, da existência de grupos indígenas que viajavam pelas margens do rio Itapocu e se estabeleciam temporariamente por aqui. Também há indícios, segundo alguns estudos, da presença de colonos brasileiros desde a década de 1850, com a presença de capela e cemitério, mas não necessariamente seria um núcleo grande de povoamento — disse o historiador.

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A prefeitura do município conta que a origem do nome é indígena, que significa “Pequena Garça Vermelha”. O fato foi, inclusive, adotado como a versão oficial e que faz parte do brasão da cidade.

Rota da Tilápia

Junto com Massaranduba e Jaraguá do Sul, Guaramirim faz parte da Rota da Tilápia, que busca fomentar o turismo, a cultura e a gastronomia à base desse tipo de pescado.

De acordo com o Instituto Rota da Tilápia, a criação do roteiro ocorreu ao considerar a quantidade de empreendimentos desse tipo na região. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Massaranduba é o maior produtor de tilápia do Estado.

Massaranduba era um distrito de Guaramirim. O território foi elevado a município em 29 de agosto de 1961.

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População, território e economia

Guaramirim tem um Produto Interno Bruto (PIB), per capita, de R$ 53.769,65. De acordo com uma estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade tem 51.009 habitantes.

A cidade está estrategicamente localizada na região da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali), no centro dos principais polos industriais do Estado de Santa Catarina, como Joinville, Blumenau e Jaraguá do Sul.

O município, cortado por rodovias federais e estaduais — como a BR-280 e a SC-108 —, tem uma divisão territorial de 65% de área rural e 35% urbana.

Segundo o Climaterra, em dados divulgados pela prefeitura, o clima da cidade é sub tropical e a região tem uma umidade relativa do ar que gira em torno de 80%.

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Guaramirim recebe investimento de quase R$ 1 bilhão da WEG

A multinacional catarinense WEG revelou, nesta segunda-feira (17), a cidade que vai sediar seu novo parque fabril de grandes máquinas, um investimento de R$ 900 milhões. A cidade escolhida é Guaramirim, ao lado de Jaraguá do Sul, que sedia a matriz da empresa em Santa Catarina e que vai receber o maior investimento da sua história.

A nova fábrica terá 35 mil metros quadrados e vai gerar mil empregos diretos, além de dois mil a três mil indiretos. A planta fabril será baseada no bairro Poço Grande, a 3,5 quilômetros da WEG Tintas, perto da BR-280 e da futura Rodovia Via Mar.

A nova unidade será focada na produção de compensadores, turbogeradores e motores de indução de alta rotação. Além disso, a estrutura permitirá a fabricação de novos produtos essenciais, como motores, geradores e turbinas hidráulicas. A previsão é que as operações comecem em 2028.

O prefeito de Guaramirim, Adriano Zimmermann, destacou o impacto positivo do empreendimento na economia local e estadual, prevendo um significativo incremento na arrecadação municipal e na geração de empregos.

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— Esse investimento foi possível porque houve muita dedicação de todos os envolvidos e por que implantamos um governo íntegro e técnico, o que gera credibilidade — apontou.

Além de incentivos tributários, a prefeitura contribuirá com a construção de um acesso à fábrica no valor de R$ 4 milhões.

Segundo o CEO da WEG, Alberto Kuba, a escolha por Guaramirim considerou fatores estratégicos cruciais, como a proximidade com Jaraguá do Sul, onde fica a matriz da empresa, a disponibilidade de mão de obra e a logística privilegiada, com fácil acesso às BRs 101 e 280, e aos portos da região.

— O investimento representa um novo momento para a cidade e para a WEG. Neste parque, serão fabricados produtos tecnológicos de grande porte que serão enviados para o mundo inteiro — declarou Kuba.

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Confira como deve ficar nova fábrica da WEG