A notícia que celebramos nesta semana é, sem dúvida, uma das mais importantes para a saúde pública no ano: o Ministério da Saúde inicia a distribuição nacional da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

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A distribuição deste primeiro lote, com 673 mil doses, representa uma mudança de paradigma: a vacina é destinada a gestantes a partir da 28ª semanas. Ao ser administrada na mãe, ela estimula a produção de anticorpos que são transferidos para o bebê através da placenta. Assim, o recém-nascido já nasce com proteção contra o VSR.

Esta é a chamada imunização passiva, reduzindo drasticamente os casos graves e as internações por bronquiolite. A vacina demonstrou uma eficácia de 81,8% na prevenção de doenças respiratórias graves causadas pelo VSR nos bebês durante os primeiros 90 dias (três meses) após o nascimento.

O VSR é o principal responsável pela bronquiolite em bebês, uma infecção respiratória grave que atinge os brônquios e bronquíolos pulmonares. Em recém-nascidos e lactentes — principalmente nos primeiros seis meses de vida — a bronquiolite é uma causa frequente e grave de hospitalização e, infelizmente, de óbitos.

Em Santa Catarina, de acordo com Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS de Santa Catarina (CIEGES SC), até o dia 11 de dezembro deste ano, os casos de óbito de Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) aumentaram em relação a 2024 em 17,7%. Portanto, a estratégia de vacinar a mãe é de longe um excelente planejamento para diminuir essa casuística. É, sim, uma grande vitória. Ao incorporar esta vacina no seu calendário, o Brasil se alinha com as práticas mais avançadas de saúde global.

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Quem deve se vacinar?

  • O grupo prioritário para receber essa vacina são todas as gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez.
  • Não há restrição de idade para a mãe.
  • A recomendação é tomar dose única a cada nova gestação.

Com a chegada das doses às Unidades Básicas de Saúde (UBS), o Ministério orienta as equipes a verificarem e atualizarem a situação vacinal das gestantes, incluindo influenza e Covid-19, uma vez que a vacina contra o VSR pode ser administrada simultaneamente a esses imunizantes.

Portanto, mamães: Vacinem-se para proteger seus pequenos!

Por Sabrina Sabino, médica infectologista, formada em Medicina pela PUCRS, mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora de Doenças Infecciosas na Universidade Regional de Blumenau.