A CES 2021 – maior feira de eletrônicos do planeta – é o evento que mostra as principais novidades tecnológicas e dita o que vai ser tendência no ano. O evento acontece em Las Vegas desde 1967 e, nesse ano, aconteceu pela primeira vez de forma virtual. As mais de 180 mil pessoas de todo o planeta, que circulam durante os quase cinco dias de feira pela “capital mundial do jogo”, acompanharam tudo pelas telinhas.

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Em cinco edições, cobri a feira in loco e pude testemunhar a insanidade de empresas, startups, estandes e novidades – relevantes ou não – que a CES traz todos os anos. Vi, em primeiríssima mão, as TVs 3D, as telas flexíveis, as impressoras 3D e os aparelhos smart – de assistentes pessoais a geladeiras, passando por brinquedos eróticos e equipamentos médicos. A CES é um universo por si.

Há alguns anos, porém, não há uma revolução na feira: entramos na era do “fetiche”. A maior TV, a tela mais flexível, o menor (ou maior celular), o processador mais potente, a bateria com maior autonomia… Tudo ali é regido a adjetivos – preferencialmente, superlativos. Mas diminutivos também são bem vistos, como o menor chip ou a tela mais fina. O que importa é adjetivar.

Em 2021, vale destacar as novidades da Samsung – que avança a passos largos para ter os melhores (e menores) processadores e ofuscar as rivais Intel e Qualcomm. Também tivemos novidades nos veículos autônomos, nos apps fitness (que estão assustadoramente inteligentes e capazes de captar sabe-se lá quais dados…) e nos robôs, que fazem cada vez mais coisas, mais rápido, gastando menos energia e… capturando cada vez mais dados.

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Mas cobrir a CES de longe é, me perdoem, chato. Sem a convivência da sala de imprensa, sem as caminhadas de dezenas de quilômetros, sem as entrevistas olho no olho, sem fotos, vídeos e, sobretudo, sem ver a “máscara anticoronavírus smart”, a TV transparente e o celular “enrolável”, é uma cobertura fria.

Me chamem de saudosista, mas é curioso como a cobertura mais tecnológica do planeta carece das interações mais antigas da história: o olho no olho e o aperto de mãos.

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