Com a confirmação do primeiro caso oficial do novo coronavírus no Brasil, em um morador de São Paulo de 61 anos que esteve na Itália, aumentou também o número de novos casos suspeitos monitorados no país.

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Segundo o Ministério da Saúde, em informações repassadas em coletiva de imprensa às 11h30min desta quarta-feira (26), são atualmente 20 casos em investigação no Brasil, sendo dois em Santa Catarina. Nem o ministério nem a Secretaria Estadual de Saúde divulgaram mais detalhes sobre os casos suspeitos. A cidade dos pacientes não foi informada, assim como a idade ou mais detalhes sobre a situação.

A tendência, segundo o Ministério da Saúde, é que os casos suspeitos aumentem nos próximos dias com a mudança dos critérios de investigação. Antes, eram considerados suspeitas as pessoas que viajaram para a China e outros países asiáticos e, na volta, demonstraram sintomas de gripe (tosse, febre, coriza). Agora, com o avanço do novo coronavírus na Europa — especialmente na Itália, que já registra 374 pacientes —, o Brasil ampliou a área e monitora também as pessoas que estiveram na Itália, Alemanha, França ou Reino Unido.

Ao todo, outros 59 casos suspeitos no Brasil já haviam sido descartados após exames laboratoriais apresentarem resultados negativos para o coronavírus. Em Santa Catarina o Ministério da Saúde contabiliza quatro casos descartados nas últimas semanas, todos de pessoas que voltaram de viagem à China e apresentaram sintomas, mas estavam apenas com gripes comuns.

Primeiro caso confirmado no Brasil

Com o caso do homem de São Paulo confirmado, o Brasil passa a ser o primeiro país da América Latina a ter um paciente com a doença Covid-19. Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, o paciente foi atendido na segunda (24), e a Vigilância Epidemiológica estadual foi notificada nesta terça (25). "O paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias", afirma o hospital em nota. O homem está em casa.

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A Anvisa afirmou em nota, na noite desta terça, que solicitou a companhia aérea a lista de passageiros do voo que trouxe o paciente ao Brasil, e que "aumentou a criticidade no monitoramento dos voos internacionais provenientes de países onde há casos confirmados da doença".

O período em que o homem esteve na Itália a trabalho (do dia 9 a 21 de fevereiro) coincide com a explosão de casos no país europeu, quando mais de 220 pessoas foram infectadas.

O Ministério da Saúde informou que está fazendo o monitoramento das pessoas que tiveram contato com o homem e que, por quanto, não deve fazer nenhum tipo de barreira ou quarentena nos aeroportos do país.

— Por enquanto no hemisfério Sul temos casos na Argélia e no Brasil. Vamos ver como o vírus vai se comportar num país tropical, em pleno Verão — explicou o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, ao destacar que o sistema de saúde do Brasil já passou por outras epidemias de doenças respiratórias e está preparado.

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