Santa Catarina registrou o melhor resultado da série histórica em volume de vendas e em receita na exportação de carnes, no acumulado de janeiro a outubro de 2025. Os dados são da Epagri/Cepa e consolidam a posição de destaque do Estado na venda de proteína animal para o mercado externo. O resultado foi alcançado mesmo com uma leve retração nos embarques de outubro, em relação a setembro.
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Ao longo dos dez primeiros meses do ano, SC exportou 1,68 milhão de toneladas de carnes, incluindo frango, suínos, perus, patos, marrecos, bovinos e outras. Isso representa um crescimento de 3% em volume de vendas e 9,2% em receita na comparação com o mesmo período de 2024. As vendas externas somaram 3,72 bilhões de dólares, consolidando o desempenho histórico.
O analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, pontua que os desafios enfrentados pelas exportações catarinenses de carnes têm sido superados em razão de uma estratégia consistente de diversificação de destinos.
— Há alguns anos, o setor produtivo, em parceria com o governo federal e o governo do Estado, vem trabalhando para ampliar o número de compradores da carne catarinense, reduzindo a dependência de poucos mercados e garantindo maior estabilidade ao setor — explica.
O analista da Epagri/Cepa reforça o papel estratégico da diversificação como fator de resiliência e competitividade do agronegócio catarinense no mercado internacional.
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— Mesmo diante do embargo temporário imposto por diversos países à carne de frango brasileira após o foco de influenza aviária registrado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina manteve excelentes níveis de exportação, alcançando o melhor resultado da série histórica em receita no acumulado de janeiro a outubro de 2025 — reforça o analista.
Europa e China retomam compras de frango catarinense
Em outubro, as exportações de carne de frango catarinense somaram 111,7 mil toneladas, com 223,1 milhões de dólares em receita. Embora o volume tenha recuado 4,3% em relação a setembro, houve alta de 5,8% frente a outubro de 2024. O resultado reflete a continuidade da recuperação do setor após o foco de influenza aviária registrado no Rio Grande do Sul, em maio.
No acumulado do ano, Santa Catarina embarcou 985,5 mil toneladas de carne de frango, movimentando 2 bilhões de dólares, um aumento de 2,5% em volume e 6,3% em valor sobre o ano anterior. Esse é o melhor desempenho para o período desde o início da série histórica, em 1997.
Com a retomada das vendas à União Europeia, os Países Baixos voltaram a se destacar e lideraram as compras em outubro, com 8,1 mil toneladas e 25,3 milhões de dólares. No acumulado do ano, Arábia Saudita, Japão e Países Baixos estão entre os principais destinos, com participações de 12,5%, 10,8% e 10,1% na receita, respectivamente. As vendas para o Reino Unido e México também cresceram de forma expressiva, acima de 30% em quantidade e valor.
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A retirada do embargo chinês sobre as importações brasileiras de aves também deve gerar resultados positivos para o Estado. As vendas para aquele país, que estavam suspensas desde meados maio, foram novamente autorizadas no dia 7 de novembro. Em 2024, a China foi o quarto principal destino do frango catarinense, respondendo por 9,1% do volume embarcado por Santa Catarina.
Santa Catarina foi responsável por 26,3% da receita e 22,8% do volume total das exportações brasileiras de carne de frango até outubro, mantendo-se como segundo principal estado exportador do país.
Japão segue na liderança das compras de carne suína catarinense
As exportações de carne suína, por sua vez, também seguem em ritmo forte. Em outubro, o Estado embarcou 68,4 mil toneladas, totalizando 172,7 milhões de dólares. Apesar da leve queda mensal, o desempenho foi superior ao de outubro de 2024.
No acumulado de 2025, Santa Catarina atingiu 630,6 mil toneladas exportadas e 1,56 bilhão de dólares em receita, altas de 5,9% em volume e 12,5% em valor, configurando os melhores resultados da história para o período.
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O Japão ocupou o posto de principal destino da carne suína catarinense, respondendo por 20,9% da receita total, seguido por Filipinas (19,2%) e China (16,2%). O destaque vai para o México, que subiu ao quarto lugar no ranking, com crescimento acima de 60% nas vendas.
No contexto nacional, Santa Catarina respondeu por mais da metade das exportações brasileiras de carne suína entre janeiro e outubro, com 51,2% do volume e 51,9% da receita total.
Exportações totais de carnes seguem em alta
Santa Catarina exportou somente em outubro de 2025 um total de 187,2 mil toneladas de carnes (incluindo frango, suínos, perus, patos, marrecos, bovinos e outras proteínas). O volume representa uma redução de 5,3% em relação aos embarques realizados no mês anterior, mas um crescimento de 2,8% na comparação com outubro de 2024.
As receitas obtidas com as vendas externas somaram 415,7 milhões de dólares, queda de 5,1% em relação a setembro, porém com aumento de 4,1% quando comparadas ao mesmo mês do ano passado. É importante destacar que setembro havia registrado o melhor resultado mensal em receita e o segundo maior volume embarcado de toda a série histórica, o que segundo a Epagri/Cepa ajuda a relativizar as variações negativas observadas em outubro.
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Segundo o analista da Epagri/Cepa, Alexandre Luís Giehl, a retomada das vendas de frango para a União Europeia e China pode influenciar positivamente no desempenho das exportações catarinenses nos próximos meses.
— Isso representa uma excelente notícia para o setor produtivo catarinense, porque esses dois destinos representaram cerca de um quarto das exportações do Estado no ano passado. Mesmo com o embargo temporário destes destinos em função do foco de influenza aviária no Rio Grande do Sul, Santa Catarina registrou excelentes números nos primeiros 10 meses deste ano. A expectativa é que com a retomada das exportações o Estado possa se consolidar ainda mais como segundo principal exportador de carne de frango do país — avalia o analista.

