Santa Catarina está vivendo uma explosão de casos de coqueluche em 2024. No ano passado, foram duas pessoas infectadas pela doença, nas regiões do Médio Vale do Itajaí e Grande Florianópolis. Neste ano, no entanto, já são 106 casos confirmados em diversas regiões do Estado. Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), atualizados nessa terça-feira (22).

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Confira quais regiões catarinenses registraram a doença

  • Alto Vale do Itajaí: quatro casos
  • Foz do Rio Itajaí: 29 casos
  • Médio Vale do Itajaí: 20 casos
  • Grande Florianópolis: 21 casos
  • Meio-Oeste: dois casos
  • Alto Vale Rio do Peixe: quatro casos
  • Alto Uruguai catarinense: três casos
  • Nordeste: seis casos
  • Planalto Norte: seis casos
  • Carbonífera: um caso
  • Laguna: sete casos
  • Vale do Itapocu: três casos

A faixa etária mais afetada é a das crianças menores de um ano, com 38 casos. A maioria deles foi registrada na Grande Florianópolis. Na região, foram 11 registros.

A segunda faixa etária mais afetada é a entre 10 e 14 anos, que registrou 25 casos. Desta vez, a maioria está concentrada na região da Foz do Rio Itajaí, com 11 casos.

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Casos confirmados de coqueluche por região conforme a faixa etária em 2024

SC registrou primeiras mortes pela doença em 10 anos

Além do aumento de casos, há outro fator que gera alerta para Santa Catarina. Em 2024, foram notificados e investigados dois casos graves para coqueluche em bebês. Eles foram confirmados e evoluíram para óbito. Os últimos registros de mortes por coqueluche no Estado haviam sido no ano de 2014, de acordo com a Dive/SC.

O primeiro caso confirmado foi o de um bebê de dois meses, no município de Itajaí. Ele morreu no dia 20 de agosto e apresentava sintomas respiratórios. Não havia registro de vacinação de DTP-A para a mãe do bebê durante a gestação.

O segundo caso confirmado foi de outro bebê, também de dois meses. Ele veio a óbito no dia 27 de agosto, no município de Joinville. Também não havia registro de vacinação de DTP-A para a mãe do bebê durante a gestação.

Os dois bebês eram prematuros e ainda não haviam recebido nenhuma dose de vacina com componente pertussis. Os dois não possuíam situações ou comorbidades relatadas.

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Prevenção é feita com vacinas

A vacina que previne contra a coqueluche é a pentavalente (DTP/HB/Hib). Segundo o Ministério da Saúde, ela é uma composição combinada que previne contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B.

As crianças devem tomar três doses dessa vacina: aos dois, quatro e seis meses de vida. Além dessa, importantíssima para os pequenos, há a vacina para as gestantes, conforme explica a gerente de doenças infecciosas agudas e imunização da Dive/SC, Arieli Fialho.

— Além da vacinação das crianças, nós temos uma vacina muito importante que deve ser feita nas gestantes, que é a vacina DTP-A, que também tem o componente coqueluche. Essa vacina tem como principal objetivo proteger a mãe, que passa anticorpos da vacina para o feto ainda dentro da barriga. Assim, quando ele nasce, já vai ter alguns anticorpos contra a doença, uma proteção até finalizar o esquema com a pentavalente — esclarece.

Cobertura vacinal contra coqueluche está abaixo da meta

Mesmo com o aumento de casos e as duas mortes, a cobertura vacinal contra coqueluche no Estado está abaixo da meta definida pelo Ministério da Saúde, de 95%. Neste ano, Santa Catarina atingiu 88,87% da cobertura. Em 2023, o Estado se aproximou um pouco mais, com 91,47% da cobertura.

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— A gente vem reforçando a importância da vacinação e solicitando que os pais ou responsáveis levem suas crianças para os postos de saúde que têm sala de vacina, para atualizar a caderneta de vacinação e para que a gente tenha as coberturas adequadas — diz Arieli.

O que explica esse aumento, ainda segundo a profissional, é justamente a baixa cobertura vacinal, uma vez que ela é uma doença imunoprevenível, ou seja, que pode ser evitada ao aplicar a vacina.

Entenda o esquema vacinal da coqueluche

Vacina Pentavalente

  • Imuniza contra: Difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B

Público-alvo: crianças

  • 1ª dose: 2 meses
  • 2ª dose: 4 meses
  • 3ª dose: 6 meses

Vacina DTP

  • Previne contra: Difteria, tétano e coqueluche (ou pertussis)

Público-alvo: crianças (reforço)

  • 15 meses
  • 4 anos

Vacina dTpa

  • Previne contra: Difteria, tétano e coqueluche (ou pertussis)

Público-alvo: gestantes

  • Em cada nova gravidez

Público-alvo: profissionais da saúde

  • A cada 10 anos

Sintomas e transmissão

A coqueluche é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar.

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Por ser uma doença respiratória, a sua transmissão se dá principalmente pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada.

— Em casos mais raros, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes — explica a enfermeira da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), Gisele Barreto.

Apesar dos sintomas serem parecidos com os de um resfriado, com febre, tosse, coriza, dores no corpo e cansaço, caso não haja tratamento, a tosse pode aumentar consideravelmente, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES).

Veja os principais sintomas

  • Mal-estar geral;
  • Corrimento nasal;
  • Tosse seca;
  • Febre baixa.

Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer. A tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada, sendo tão intensa que pode, inclusive, comprometer a respiração. As crises podem também provocar vômito ou cansaço extremo, de acordo com a SES.

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O órgão também informa que os sinais e sintomas da coqueluche duram de seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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