O Dezembro Laranja reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de pele, com medidas como o autocuidado, a fotoproteção e a consulta anual com dermatologista. Santa Catarina é o Estado do país com maior incidência do câncer de pele melanoma, que é maligno e considerado a forma mais grave. Florianópolis é a terceira cidade brasileira com maior incidência de câncer de pele não melanoma. 

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O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), em Florianópolis, centro de referência no tratamento oncológico em Santa Catarina, registrou 1.108 consultas médicas relacionadas ao câncer de pele entre os meses de janeiro e novembro de 2025. 

Ivone Dutra Martins, 59 anos, é uma dessas pacientes. Ela já retirou três cânceres de pele, e reafirma como é importante os cuidados com a pele e estar atento aos sinais do corpo.

— A gente precisa se olhar mais. Um sinalzinho que incomoda, que sangra, que coça, que cresce um pouquinho, nada disso pode ser deixado de lado. Muitas vezes a gente se preocupa com uma ruguinha e esquece do que realmente importa. Se eu não tivesse passado na dermatologista, teria deixado tudo passar batido. Então eu digo: observem seu corpo, prestem atenção nos sinais. Isso pode salvar a sua vida — destaca.

O Cepon intensifica as ações de conscientização sobre o câncer de pele no mês de dezembro, por conta da campanha Dezembro Laranja, com palestra aberta ao público, conteúdos educativos nas redes sociais e iluminação especial da fachada na cor laranja, simbolizando o alerta para os cuidados com a pele.

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— A prevenção é a melhor estratégia para evitar o câncer de pele e preservar a saúde a longo prazo. Em um país tropical como o Brasil, onde a exposição ao sol é intensa tanto para trabalhadores rurais quanto para quem realiza atividades ao ar livre, campanhas como o Dezembro Laranja têm papel fundamental para a saúde pública — alerta a gerente técnica do Cepon, Mary Anne Taves.

O câncer de pele é o câncer mais frequente no país. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são cerca de 185 mil novos casos ao ano, sendo 177 mil de tumores não melanoma e 8,4 mil de melanoma. A dermatologista do Cepon, Vanessa Sebastiani, destaca que os fatores de risco são importantes.

— A exposição solar excessiva, sem proteção adequada, provoca alterações celulares que podem levar ao câncer de pele. Pessoas de pele clara, com muitas sardas ou pintas, idosos, indivíduos com histórico familiar e aqueles que se expuseram muito ao sol ao longo da vida têm maior risco. Por isso, manter os cuidados diários é indispensável — destaca.

Quais são os tipos de câncer de pele

São três tipos: o Carcinoma Basocelular e o Carcinoma Espinocelular, classificados como não melanoma, e o Melanoma. Ainda que menos frequente, o Melanoma tem uma taxa maior de mortalidade, e mais de 90% de chances de cura se for identificado em estágio inicial. As lesões podem parecer manchas ou nódulos, com ou sem dor e coceira.

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O Melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele, e pode ter uma evolução rápida, o que torna o diagnóstico precoce essencial para o tratamento.

— Nos estágios iniciais, muitas vezes não há sintomas, mas, conforme cresce, a lesão pode sangrar ou infeccionar. Por isso, qualquer alteração suspeita na pele deve ser avaliada por um especialista — explica Vanessa.

Quais são os cuidados preventivos contra o câncer de pele

  • Uso diário de protetor solar com FPS 30 ou superior;
  • Reaplicação do protetor ao longo do dia;
  • Uso de chapéus, óculos e roupas com proteção UV;
  • Preferência por sombra entre 10h e 16h;
  • Não realizar bronzeamento artificial, que aumenta em até 75% o risco de câncer de pele.

Como funciona o tratamento contra o câncer de pele

O tratamento contra a doença depende do tipo e estágio do câncer, sendo que a cirurgia costuma ser a recomendação dos médicos. Contudo, em casos avançados, pode ser necessário radioterapia ou quimioterapia.

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