O acidente vascular cerebral (AVC) foi a causa de 845 mil internações de emergência no Brasil, entre janeiro de 2022 e junho de 2025, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas em Santa Catarina, foram 36 mil internações por AVC nos últimos três anos e meio.

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O levantamento indica que a região Sul representa cerca de uma em cada cinco internações por AVC no país, com 165 mil atendimentos. Santa Catarina responde por 22% dos registros na região. Entre as doenças cerebrovasculares consideradas, predominam o infarto cerebral e o AVC isquêmico transitório.

Além disso, cerca de 88,6% dos casos ocorreram em pessoas com mais de 50 anos. Outro dado indica que homens são a maioria entre as vítimas, com 52%. Para especialistas, os dados reforçam a necessidade de políticas de controle da hipertensão, da diabetes e das dislipidemias, fatores de risco clássicos para o problema.

— Santa Catarina tem indicadores de saúde melhores que a média nacional, mas isso também é reflexo de uma população mais envelhecida e, portanto, mais exposta a fatores de risco para o AVC. O desafio agora é fortalecer o reconhecimento precoce e a resposta hospitalar, reduzindo as sequelas e mortes evitáveis — explica o médico e professor Bruno Kroeff.

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Outro ponto é que o cenário do Sul do Brasil exige atenção ao aprimoramento, tanto do atendimento emergencial quanto dos programas de reabilitação e de acompanhamento dos sobreviventes.

— Os profissionais estão na linha de frente do atendimento ao AVC. É fundamental discutir práticas baseadas em evidências e integrar equipes multidisciplinares para garantir tempo e qualidade no socorro — acrescenta o médico.

Congresso Sul-Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrica

Entre os dias 28 e 31 de outubro, ocorre em Florianópolis o Congresso Sul-Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrica, com a presença de cerca de 900 profissionais. Segundo Bruno Kroeff, também organizador do evento, o evento promove a atualização científica dos médicos emergencistas e procura fortalecer a integração da especialidade no Brasil.

— O Congresso trará as principais atualizações da área, com discussões conduzidas pelos maiores especialistas nacionais e internacionais. Teremos cerca de 15 experts estrangeiros, vindos de países da América Latina, França e Estados Unidos, o que garantirá um rico intercâmbio científico — diz o especialista.

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Durante o congresso, mesas e workshops abordarão protocolo de trombólise, uso de inteligência artificial na triagem de AVC, boas práticas em linhas de cuidado hospitalar, entre outros temas emergentes. Entre as novidades do congresso estão aulas com simulações ao vivo, que permitirão a demonstração prática de protocolos e técnicas no palco principal.

*Sob supervisão de Luana Amorim