A Hepatite C foi a que mais causou mortes em Santa Catarina, em comparação com a Hepatite B. Sem vacinação, a variante C causou 177 óbitos entre 2019 e 2023, mais que o dobro das mortes causadas pelo outro tipo da doença, a B, com 79 no mesmo período.
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Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina. Eles mostram um aumento nas mortes por Hepatite B de 2022 a 2023: de oito para 11. Mesmo assim, o número de 2023 ainda é menos da metade das mortes por Hepatite C no mesmo ano: foram 24.
Mortes por Hepatite B e C nos últimos cinco anos em SC
Hepatite B
- 2019: 20
- 2020: 22
- 2021:18
- 2022: 8
- 2023:11
Hepatite C
- 2019: 32
- 2020: 37
- 2021: 40
- 2022: 44
- 2023: 24
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Curva de casos positivos cai
Nos últimos cinco anos, a curva de casos positivos caiu em ambas as hepatites. Em 2019, eram 1.330 casos da B e 1.231 da C. Em 2023, eram 578 e 426 casos, respectivamente, uma queda de mais de 50% em ambos os casos.
Casos de Hepatites B e C nos últimos cinco anos em SC
Hepatite B
- 2019: 1.330
- 2020: 827
- 2021: 889
- 2022: 870
- 2023: 578
Hepatite C
- 2019: 1.231
- 2020: 788
- 2021: 812
- 2022: 711
- 2023: 427
O que são as hepatites B e C
Segundo o médico infectologista Eduardo Campos, da Dive, a hepatite é um nome genérico para qualquer inflamação no fígado, e pode ser causada por consumo de álcool, remédios, e vírus ou fungos. No caso das causadas por vírus, elas são identificadas como A, B, C, D e E. As dos tipos B e C acabam sendo mais comuns.
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Essa diferenciação ocorre pois os vírus causadores da doença são diferentes, mas que têm como característica em comum afetarem o fígado. Campos ainda explica que pessoas infectadas podem passar até anos sem sintomas da doença, mas exames de sangue podem ajudar no diagnóstico.
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A prevenção das hepatites B e C inclui evitar contato com sangue e secreções. O vírus também pode ser transmitido por relações sexuais, por isso também é importante o uso de preservativo. O infectologista ainda alerta para a esterilização correta de equipamentos como alicates de unha.
O SUS também tem vacina contra a Hepatite B, que é uma das maneiras mais eficazes de prevenção. Este, inclusive, é o tipo de hepatite viral mais comum. Já a Hepatite C não tem vacina, mesmo também sendo causada por um vírus.
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— Isso ocorre em razão de uma característica muito própria do vírus. […] Ele consegue escapar dos mecanismos de imunidade criados naturalmente e também induzidos por vacinas — explica o infectologista.
Mesmo sem vacina, o tratamento é eficaz e pode levar à cura.
— Nós conseguimos curar a Hepatite C em praticamente 100% dos casos com os tratamentos mais modernos disponíveis. Inclusive, eles já estão disponíveis no SUS há bastante tempo. Para Hepatite B nós não temos um tratamento curativo, mas temos um tratamento que, quando indicado, ele pode controlar a infecção de maneira muito adequada e o paciente se beneficia disso — completa.
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