Entre as áreas da economia catarinense que conseguiram driblar a crise do coronavírus, a tecnologia teve um dos melhores resultados. O setor contratou mais e chegou a receber investimentos, com exceção das empresas que têm atuação mais ligada aos ramos de turismo e restaurantes e foram puxadas para baixo.
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Com o crescimento das vendas on-line, empresas de tecnologia que trabalham com soluções para e-commerce, logística e varejo online tiveram um salto na demanda. Marcas que antes não vendiam pela internet foram obrigadas a adotar o modelo, o que movimentou o polo de TI catarinense.
Conforme o presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Iomani Engelmann, houve também um crescimento relacionado aos setores que antes eram analógicos e precisaram se modernizar. É o caso da construção civil ou de concessionárias de veículos, por exemplo, que investiram em tecnologia para falar com os clientes e manter showrooms na internet. Além da infraestrutura de computadores necessária para que os funcionários pudessem trabalhar de casa.
Engelmann cita também marcos regulatórios do governo que permitiram a digitalização de outros serviços, como o de cartórios ou a questão da telemedicina.
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– Nessa tríade o setor de tecnologia passou bem. Claro que as empresas que estão muito ligadas ao eixo principal que a pandemia ainda atinge, como bares, restaurantes, hotelaria, entretenimento e turismo, essas empresas passam uma dificuldade. Mas no geral o saldo é positivo. Não por acaso a gente teve empresas investindo no período – avalia o presidente da Acate.
Futuro terá modelo híbrido de trabalho
O setor da tecnologia saiu na frente também na adaptação aos tempos da pandemia. A transição para o home office foi mais rápida e já traz questionamentos sobre como será o retorno depois da crise sanitária. Engelmann acredita que as empresas devem adotar um “modelo híbrido”, com o home office mais presente, mas sem substituir totalmente a cultura corporativa de escritórios.
– As empresas ainda vão ter que manter um local para estar com o time pelo menos uma ou duas vezes por semana, mas com certeza não vai ser com a mesma intensidade que era antes o ambiente físico. Na minha empresa, por exemplo, a gente já estuda reduzir o número de cadeiras na ordem de um terço – destaca o empresário e presidente da Acate.