Douglas Dávila é gaúcho e tem 60 anos. Há 18 vive nas ruas de Florianópolis, mais precisamente na Praça XV de Novembro, no coração da Capital de Santa Catarina. A cocaína e o álcool o levaram para esta vida. Essa é uma das 459 histórias de pessoas em situação de rua cadastradas em Florianópolis.

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Com a chegada do frio intenso, o drama de quem vive nas ruas aumenta ainda mais. A reportagem acompanhou "Seu Douglas", como é conhecido, na tentativa de buscar uma vaga em um dos albergues da cidade.

Seu Douglas com amigos na Praça XV
Seu Douglas com amigos na Praça XV (Foto: Mateus Boaventura / CBN Diário)

Além do vício das drogas, Seu Douglas já foi acometido duas vezes por tuberculose. E justamente a falta do exame que comprova o controle da doença que o impediu de conseguir a vaga em um dos albergues administrados por convênio na cidade. Mas existe um lugar onde não é necessária a comprovação por exames para se conseguir uma cama para passar a noite: a Passarela da Cidadania.

A estrutura é anexa à Passarela do Samba Nego Quirido. São 150 refeições servidas em cada turno: café, almoço e janta. Para passar a noite, 80 vagas são disponibilizadas. Ainda há lugar para tomar banho, lavar roupa, guardar pertences e cortar cabelo. Todo espaço é administrado com um convênio com a Associação Braços Abertos. O gerente Emerson Machado destacou que também há mais 80 vagas ofertados no bairro Jardim Atlântico, região continental de Florianópolis.

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Everton Liborio Pereira está há sete meses usando os serviços da Passarela da Cidadania. Nesta quarta-feira (03), ele repetiu o que vem fazendo há dias. Saiu do lugar com um currículo nas mãos e a esperança de conseguir um emprego.

Everton segue na busca por um emprego
Everton segue na busca por um emprego (Foto: Mateus Boaventura / CBN Diário)

Para Sandro Azevedo, diretor de Proteção Social Especial de Florianópolis, o número de pessoas em situação de rua na Capital é maior do que os cadastrados. Ainda segundo ele, cerca de 50 vagas em abrigos acabam sem uso todos os dias.