Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e ex-secretário de São José, apresentou uma declaração que afirmava que ele tinha um câncer na cabeça que o impossibilitava de se comunicar durante a tentativa de fuga para El Salvador. Ele foi preso no aeroporto de Assunção, no Paraguai, nesta sexta-feira (26).
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O documento, intitulado “Declaração Pessoal para Autoridades Aeroportuárias”, afirma: “Eu, a pessoa que apresenta este documento, informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave. Tenho diagnóstico de Glioblastoma Multiforme – Grau IV, câncer localizado na cabeça (cérebro), doença oncológica de prognóstico grave, razão pela qual não posso me comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. Por esse motivo, não posso responder perguntas de forma falada”.
Durante a madrugada de Natal, ainda em Santa Catarina, Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica que utilizava. Horas depois, foi detido no Paraguai, onde planejava pegar um voo com destino a El Salvador. Ele foi condenado a 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado no dia 16 de dezembro.
A declaração portada por Silvinei afirmava que a viagem tinha como objetivo realizar um tratamento médico, e que ainda que a condição fizesse com que ele não conseguisse se comunicar, ele estaria em plena condição de realizar a viagem e contaria com autorização médica para viajar.
“Atualmente, me desloco para realizar tratamento médico de radiocirurgia, o qual é um procedimento moderno e eficaz, que pode contribuir para prolongar o período de vida, conforme indicação médica especializada”, dizia o texto.
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Confira a declaração na íntegra (em tradução livre)
“DECLARAÇÃO PESSOAL PARA AUTORIDADES AEROPORTUÁRIAS
Eu, a pessoa que apresenta este documento, informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave.
Tenho diagnóstico de Glioblastoma Multiforme – Grau IV, câncer localizado na cabeça (cérebro), doença oncológica de prognóstico grave, razão pela qual não posso me comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. Por esse motivo, não posso responder perguntas de forma falada.
Se for necessário, a comunicação pode ser realizada por escrito.
Informo, ainda, que conto com autorização médica para viajar, assim como rreceituário médico e medicação de uso contínuo, que porto comigo durante a viagem.
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Durante o mês de dezembro de 2025, realizei tratamento de radioterapia e quimioterapia na cidade de Foz do Iguaçu, Brasil, o que ocasionou pequenas lesões na região do crânio, como efeito secundário do excesso de exposição ao feixe de radiação.
Atualmente, me desloco para realizar tratamento médico de radiocirurgia, o qual é um procedimento moderno e eficaz, que pode contribuir para prolongar o período de vida, conforme indicação médica especializada.
Não obstante, encontro-me completamente lúcido(a), consciente e em condições clínicas adequadas para realizar a viagem, assim como para atender a qualquer necessidade ou requerimento das autoridades competentes, dentro de minhas limitações de comunicação verbal e auditiva.
Viajo desde Assunção, Paraguai, para San Salvador, El Salvador, em voo operado pela empresa COPA Airlines, com o objetivo exclusivo de receber referido tratamento médico.
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Minha data de retorno ainda não está definida, pois dependerá da realização de exames médicos complementares e de uma possível internação hospitalar necessária para a realização do procedimento.
Apresento esta declaração para conhecimento das autoridades competentes e solicito respeitosamente sua compreensão e colaboração.”
Veja fotos da prisão de Silvinei Vasques
Como foi a fuga em plena véspera de Natal
De acordo com informações da Polícia Federal enviadas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, Silvinei Vasques deixou o condomínio onde mora em São José na noite de quarta-feira (24), por volta das 19h, antes de a tornozeleira parar de funcionar.
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Um pouco antes, ele colocou sacolas, rações e tapetes higiênicos para animais domésticos dentro de um carro alugado, e embarcou com um cão da raça pitbull. Depois disso, segundo a PF, não foi mais visto. Policiais só foram até a casa de Silvinei no dia seguinte, depois dos primeiros problemas na tornozeleira. Contudo, ele já não estava mais lá. Uma equipe da Polícia Penal de Santa Catarina também tentou localizar Silvinei antes da PF, sem sucesso.






